domingo, 29 de dezembro de 2013

FanFic - Biology 2 Capítulo 12





– Claro que vai – ele concordou, esboçando um sorriso encorajador – Mas enquanto não fica, pode falar comigo.
Suspirei profundamente, tentando com todas as minhas forças não me deixar atingir pelo cuidado que ele demonstrava ter comigo. Já era difícil o bastante estar perto dele sem poder tocá-lo, será que ele não percebia que era ainda pior ser paparicada por ele na situação em que estávamos?
Será que ele poderia parar de me fazer querer tanto um mísero abraço dele, por mais breve que fosse, só para ajustar o eixo de minha vida e colocá-lo de volta no lugar certo?
– O que você quer que eu diga? – perguntei, sentindo meus olhos arderem e minha visão ficar gradativamente embaçada – Que foi horrível? Que eu preferia nunca tê-lo conhecido? Que eu realmente estava começando a achar que ele havia desistido de infernizar a minha vida, mas infelizmente, nem tudo acontece de acordo com a nossa vontade?
Ele apenas observou, com o olhar penalizado, enquanto eu desmoronava aos poucos diante dele. Os meses de distância estavam começando a me afetar, e o stress inesperado que Harry causara havia triplicado o peso da carga sobre meus ombros.
– Eu só queria que ele sumisse, que me esquecesse de uma vez por todas... Só de me lembrar do quanto eu o amei, do quão importante ele foi para mim... E saber que foi tudo em vão... Dói muito. Já se passaram meses, mas eu nunca realmente lidei com a ideia de que ele provavelmente nunca me amou, que eu provavelmente nunca signifiquei nada para ele... Como eu posso ter me enganado tanto? Como ele pode ser esse... Monstro?
Escondi meu rosto, agora coberto por algumas lágrimas nervosas que não consegui conter, em minhas mãos, para me recompor, e senti que ele se aproximou, ainda em silêncio. Respirei fundo algumas vezes, de olhos fechados, até que seus braços me envolveram e ele me puxou para perto de si. Mal pude acreditar que aquilo realmente estava acontecendo; somente quando seu perfume me atingiu, constatei que, de fato, era real. Niall estava mesmo ali, e estava me abraçando.
– Eu sinto muito – ele murmurou, acariciando o topo de minha cabeça com uma das mãos – Por tudo.
Permaneci imóvel em seu abraço apertado, incapaz de reagir. Ele sabia exatamente o quanto Harry havia me ferido, sabia que eu precisava de apoio, ainda que insistisse em recusar sua ajuda. A saudade era esmagadora demais, cruel demais para que eu ousasse me mover e correr o risco de voltar à realidade hostil, agora que eu estava blindada por seus braços ao meu redor. Desejei que aquele momento durasse para sempre.
Por um período, que me pareceu imensurável, de tempo, permanecemos abraçados, nos comunicando muito melhor através do silêncio e do toque do que por meio das palavras e da distância, como sempre havia sido. Quando nos afastamos, meus olhos já estavam secos, e eu havia recuperado o controle sobre minhas emoções, embora ainda tivesse certa dificuldade para raciocinar devido às mãos dele, que descansavam sobre meus braços, como se ele temesse que eu pudesse quebrar se me soltasse.
– Você não está sozinha – ele disse, em tom carinhoso, com um sorriso (por mais maravilhoso e doloroso que fosse admitir isso) completamente apaixonado – Eu vou estar sempre do seu lado, aconteça o que acontecer.
Resistindo bravamente a todos os impulsos que me imploravam para beijá-lo e esquecer todo o resto, assenti, sorrindo fraco, porém sinceramente.
– Obrigada – falei, com a voz rouca.
Nossos olhares permaneceram intensamente ligados por um instante, antes de o dele cair para meus lábios, e ali se demorar brevemente antes de retornar para o meu.
– Deixe-me ajudá-la – ele pediu, sério – Você não tem que lidar com isso sozinha.
Desviei os olhos, temendo que ele encontrasse algo que não deveria neles.
– Como você pretende me ajudar?
– Eu posso procurá-lo... Tentar convencê-lo a desistir dessa ideia maluca de te perseguir. Por favor, qualquer coisa. Só não me deixe assistir a esse pesadelo sem poder fazer nada para acordar.
Ponderei sua súplica, sem saber o que dizer. Não havia nada que ele pudesse fazer por mim no momento; tudo o que eu precisava era provar que Harry estava sendo sincero, e então ele poderia saber.
E então, estaríamos livres.
– Confie em mim. Vai ficar tudo bem.
Ergui meu olhar até seu rosto novamente, e tudo que vi foi uma relutância pesarosa.
– Quando me disse isso pela última vez, você acabou desacordada no meu carro – ele observou, determinado a me fazer reconsiderar – Não pretendo cometer o mesmo erro.
Engoli em seco, lembrando-me de minha conversa a sós com Harry em seu apartamento. A mera lembrança do pavor que senti naquele dia me causou arrepios.
– Por favor – pedi, encarando-o com firmeza – Eu agradeço a sua preocupação, mas... Deixe-me lidar com ele. Eu sei o que estou fazendo.
– Por favor, digo eu – ele insistiu, praticamente de joelhos – Não me peça o impossível.
– Niall... – suspirei, repousando uma de minhas mãos sobre seu peito para reforçar meu desejo de ter minha vontade respeitada – Você não pode lutar minhas batalhas por mim. O que ele mais quer agora é me assustar, e se eu permitir que você aja em meu lugar, só estarei encorajando-o a continuar. Não vou dar esse gostinho a ele.
Enquanto eu falava, ele fechou os olhos, concentrando todos os seus esforços em controlar sua angústia.
– Eu não confio nele... Não vou conseguir te deixar sozinha sabendo que ele pode estar lá fora nesse exato momento tramando algo contra você.
Ainda que sua voz estivesse mais contida, o desespero latente em suas palavras era nítido. Sem saber mais como lidar com sua fixação, sugeri a única solução que satisfaria ambos os lados.
– Então não me deixe sozinha.
Niall franziu a testa, me olhando como se eu tivesse criado uma segunda cabeça.
– O quê?
– Fique... Pelo menos por hoje. Você já dirigiu demais. Não posso deixar que saia daqui nesse estado.
Deixei que minhas palavras fossem assimiladas antes de completar meu pedido, fazendo o que sabia fazer de melhor: usando suas palavras contra ele.
– Quando te deixei dirigir com a cabeça tão cheia pela última vez, você acabou num hospital com um curativo na testa. Não pretendo cometer o mesmo erro.
Por mais tenso que estivesse, ele não pôde deixar de soltar um risinho fraco ao se lembrar da ocasião a que me referia – assim que finalmente conseguiu esboçar alguma reação, claro. Meu pedido havia sido inesperado demais, até para mim, mas agora que a possibilidade existia, eu faria de tudo para que ele aceitasse meu convite. Tê-lo por perto, nem que por algumas horas, era uma chance que eu não podia desperdiçar. Ele considerou minha oferta pelo que pareceu uma eternidade, até enfim se manifestar.
– Se isso for só um plano seu porque, no fundo, está com medo de que Harry invada sua casa da mesma forma que eu fiz, e pretende me torturar para revelar como entrei... Fique sabendo que levarei este segredo para o túmulo – ele respondeu, com um sorriso divertido.
Revirei os olhos, empurrando-o de leve e rindo também.
– Vou entender isso como um sim – falei, lutando para conter a alegria gigantesca que só crescia dentro de mim ao vê-lo dar um sorriso sincero pela primeira vez em três meses e meio, um sorriso só para mim.
– Entenda isso como “espero que seu sofá seja confortável o bastante para dormir”, seguido de “espero que você tenha cereais matinais no armário da cozinha”, ou então, nada feito – Niall rebateu, nitidamente tão feliz quanto eu pela oportunidade de passarmos algum tempo juntos.
– Vai sonhando que eu vou dividir meu Froot Loops com você, Horan!
– Claro que não, vou comer tudo sozinho enquanto você dorme.
Mostrei a língua, mais infantil impossível, e ambos rimos de nossa idiotice, extasiados demais com a trégua que parecia haver suspendido a tensão exaustiva entre nós, e aliviados por podermos apenas agir normalmente, ou pelo menos quase.
– Vou buscar seu travesseiro e cobertor – avisei, seguindo em direção às escadas. Quando estava na metade do caminho para o andar de cima, a voz de Niall me deteve.
– Obrigado.
Desci alguns degraus para poder olhá-lo, e o sorriso que ele me deu quase me fez rolar os degraus restantes e cair estatelada no chão.
– Pelo quê? – gaguejei, segurando firme no corrimão. A resposta demorou a vir, como se tivesse requerido muita reflexão, ainda que fosse um tanto óbvia demais.
– Por me deixar ficar aqui essa noite.
Franzi a testa de leve, intrigada. Ele parecia tão grato por um motivo tão simples... Aquele não era seu verdadeiro motivo para agradecer, ou pelo menos não o único.
– Não precisa agradecer – foi só o que pude dizer, com um sorriso igualmente sincero, reprimindo minha curiosidade diante de seu súbito comportamento enigmático e subindo as escadas.
Eu não precisava perguntar, pois já sabia a resposta. Como poderia não saber, se me sentia da mesma forma em relação a ele?
Obrigada por existir, pensei, retribuindo mentalmente seu sentimento.



CONTINUA...

2 comentários:

  1. Awn eles são tão fofos*-*.Espero que fiquem juntos de vez logo,sem Harry e sem ninguém para atrapalhar.Continua logo por favor Ju!:)xx

    ResponderExcluir

Oq estão achando do blog?