domingo, 30 de junho de 2013

FanFic - Biology Capítulo 23





(Niall Horan’s POV)
NIALL NARRANDO!!!!!!!
As paredes frias de meu imenso apartamento pareciam amplificar o som de meus sapatos chocando-se contra o piso de mármore. A fraca iluminação, fornecida pela tímida luz da lua, manchava de cinza as formas duras de meus móveis, talvez se unindo ao barulho de meus passos numa singela tentativa de me fazer sentir ainda mais solitário. Fora os sons que eu produzia, o silêncio dominava por completo o ambiente; não havia sequer uma outra respiração, um outro coração batendo por perto. Somente eu, somente meu próprio silêncio.
E é exatamente nessas horas que me pergunto: pra que mais do que isso? Qual é a vantagem de se ter mais alguém? Qual é a vantagem se estar acompanhado, quando não existe nada melhor que ficar sozinho? Não existe nada como a liberdade que se tem ao estar completamente só, totalmente livre dos olhares dos outros, sempre como urubus sobrevoando a carniça que são as desgraças das vidas alheias. Para mim, a solidão era nada mais que uma dádiva, da qual eu sabia fazer uso como poucos.
Parei em frente à enorme janela de meu apartamento, que consistia numa parede inteira feita de vidro, e de lá observei a cidade. Não havia muito mais do que luzes, prédios, carros e pessoas andando nas ruas iluminadas, a típica imagem de uma sexta-feira à noite. Para mim, observar o movimento das ruas era mais interessante do que ligar a televisão e assistir a todo o lixo de sempre; a espontaneidade era absurdamente contrastante. Sentindo a baixa temperatura do copo de uísque entre meus dedos espalhar-se por minha pele, soltei um suspiro baixo e bebi todo o seu conteúdo sem pressa. Um sorriso mórbido fez uma pequena curva surgir no canto de meus lábios, e eu esqueci meu olhar num ponto qualquer da rua. Ele não tinha importância naquele momento; não havia nada relevante para se ver.
Eu realmente gostava de ficar sozinho. Mas naquela noite em especial, eu preferia ter algo para por minhas mãos, ou quem sabe também meus lábios ainda umedecidos pelo álcool. Algo que não fosse duro como o vidro do copo, ou frio como a bebida que descia queimando por minha garganta. Algo que pudesse satisfazer meus sentidos e despertar o exigente interesse de minha virilidade.
Algo como uma mulher.
Uma única mulher.
Dei as costas à monotonia londrina que minha janela me permitia ver e caminhei até a mesinha de centro. Coloquei o copo preenchido apenas por gelo sobre a superfície transparente e continuei meu caminho até o quarto. Pelo trajeto, comecei a desabotoar os primeiros botões da camisa preta que vestia. Não havia mais sentido em continuar com aquela roupa agora que eu havia optado por ficar em casa... Mais uma vez.
Ainda sorrindo daquele jeito medíocre, entrei em meu quarto com uma curva ágil. Aquela era a terceira vez na semana que eu simplesmente preferia ficar em casa a ir a um pub encher a cara, por pura falta de motivação. Não havia mais sentido nisso, já que a única droga que parecia anestesiar a agonia pulsante de minhas vias sanguíneas provavelmente repousava em seu quarto àquela hora, trancafiada e segura. A salvo de mim.
- (S/N)... – esbravejei baixo, terminando de desabotoar minha camiseta e atirando-a longe – Maldição de garota.
Cheguei ao quarto e encarei minha cama, mordendo o interior de minha boca em tom de desgosto. Como se a visão morta do cômodo já não surtisse um efeito negativo em meu humor, minha mente tinha o prazer de divagar por entre as costuras da colcha azul marinho, desenhando com elas a forma de um corpo feminino. O corpo feminino que me atormentava desde que meus olhos cismaram em decorar seu contorno, e que assombrava meus lençóis a partir de então.
- Maldição de garota – repeti, desafivelando meu cinto e deixando que a calça social preta caísse aos meus pés. Chutei-a para qualquer lugar, assim como meus sapatos e meias, atirando meu corpo sobre o colchão logo em seguida. Abri meus braços, quase tocando as extremidades da cama com a ponta de meus dedos, e respirei fundo, sentindo o ar gélido me acalmar ao resfriar meus pulmões. Fechei os olhos, sentindo meu corpo se arrepiar levemente pela temperatura inadequada para minha única vestimenta: as boxers. Fiquei imóvel por alguns segundos, apenas deixando meus sentidos se apurarem em meio ao silêncio denso e à brisa gelada que vinha da janela, e inevitavelmente minha mente intensificou seu raciocínio, contrariando propositalmente minhas ordens para que seguisse o caminho oposto.
Há menos de uma semana atrás, eu a tinha em meus braços. Sua respiração batia calmamente contra meu tórax, seu corpo jovem e adormecido depositava um peso confortável sobre mim, o perfume cítrico de seus cabelos confundia-se com minha respiração como uma bênção... Ela era minha.
Hoje, ali estava eu novamente. Sem nada mais do que algumas lembranças, muitos desejos e uma quantidade considerável de seu ódio para chamar de meu.
O que mais me intrigava nisso tudo era que as coisas pareciam ter efeito contrário quando se tratava dela. Quanto mais eu demonstrasse meu interesse e corresse atrás, mais ela parecia se afastar de mim, como ímãs que se repelem. Justo eu, que nunca havia perdido uma chance de me aproximar. Justo eu, que sempre lutei pelas coisas que quis. Está certo, concordo que dinheiro e mulheres nunca foram problema para mim, mas há um certo momento na vida de um homem no qual não se tira mais vantagem de detalhes como esses. Pessoas como eu amadurecem de fora para dentro: primeiro, os desejos carnais, a luxúria, a ambição, o materialismo incontroláveis; depois, conforme o tempo passa e a experiência começa a pesar sobre nossos ombros, boa parte desse encanto se esvai, e apenas uma fraca e temporária névoa permanece, deixando-nos nada mais que o vazio. Um vazio que dói, lateja, pulsa e sangra cada vez mais, implorando por algo que o preencha.
E esse momento parecia enfim estar chegando para mim. Já era hora de reconhecer que eu estava ficando velho demais para brincadeiras. Agir como gente grande parecia uma tarefa bastante interessante aos olhos do bom apreciador de desafios que eu era. Prêmios fáceis não aguçavam minha competitividade; nunca fui adepto de prendas baratas e sem valor algum, a não ser para preencher o tédio. Mesmo tendo a criação farta que tive, o bom senso nunca me faltou. Sempre soube investir em tarefas árduas, pois sabia que a conquista me recompensaria de maneira equivalente a todo o tempo e suor gastos para obtê-la.
Sempre soube que após algum esforço, ela seria minha. E dessa vez não seria diferente. Se ela pensava que finalmente havia me feito desistir, não conhecia o tamanho de minha obstinação. Se ela achava que eu me daria por vencido tão cedo, não conhecia nem metade da determinação que havia dentro de mim.
Virei-me de lado na cama, deparando-me com o relógio de cabeceira: meia-noite e dez. Meus olhos começaram a dar leves sinais de sonolência, e eu atribuí tal feito aos copos de uísque que havia bebido há pouco. Obrigado, álcool, meu fiel companheiro, por mais uma noite de sono. Sem demora, minhas pálpebras se fecharam confortavelmente, e eu soltei um suspiro relaxado. A sensação de decisão tomada se disseminava por meu corpo, provocando um torpor delicioso e um leve sorriso em meu rosto.
Eu a veria naquele maldito baile. E mesmo que ela tentasse me recusar de todas as formas, eu a teria novamente em minhas mãos e em minha boca, como sempre deveria tê-la.
Já disse que realmente gosto de desafios?

Uma música ensurdecedora enchia meus ouvidos, fazendo com que minhas entranhas parecessem vibrar conforme o ritmo da batida eletrônica. A iluminação era irregular e colorida, acompanhada de uma leve névoa, e a grande quantidade de pessoas fazia com que a temperatura aumentasse dentro daquele ambiente.
Olhei brevemente ao redor, tentando me localizar, e não demorei muito tempo para reconhecer o lugar: estava no ginásio do colégio onde trabalhava, e uma enorme pista de dança havia sido injetada nele. Vultos passavam rapidamente por mim, e somente algum tempo depois, me dei conta de que eram alunos e professores rodopiando ao meu redor, envoltos em suas próprias coreografias improvisadas e empolgados demais com a música para me notarem.
Um sorriso esperto se alojou em meus lábios quando finalmente a ficha caiu dentro de meu cérebro. Eu estava no baile de primavera. Ou seja, faltava pouco para que (S/N) entrasse em meu campo de visão, e não muito tempo depois, em algum banheiro ou sala vazia. Comigo.
Vasculhei discretamente a multidão de gente que dançava, mas não encontrei sinal algum da única pessoa que desejava ver. Caminhei rapidamente até o bar, que para minha surpresa, estava vazio, e pedi o drinque mais forte que o barman pudesse me dar. Eu não planejava ficar bêbado naquela noite, mas se eu ainda teria que esperar mais por ela, que fosse com uma boa dose de álcool correndo em minhas veias. Virei o corpo de frente para a pista, sentindo uma leve adrenalina formigar em meus músculos e delatar a imensidão de minha ansiedade. Se durante a espera eu já me sentia prestes a implodir, não sei se gostaria de estar na pele dela quando finalmente a tivesse em minhas mãos.
E então, foi como uma alucinação. Meus olhos se chocaram contra a imagem inesperada, e tiveram que fazer o caminho de volta ao distanciarem-se distraidamente dela. Os cabelos volumosos, os olhos vorazes, os lábios sensuais, o colo sedutor, o busto delicioso... A cintura definida, os quadris sinuosos, as coxas fartas... Sim, era ela.
(S/N).
O desejo transbordava em meu olhar. Aquela só podia ser a visão do paraíso. Como se o simples fato de ela estar ali já não me bastasse, (S/N) estava absolutamente deslumbrante. Nunca, nem sequer em meus delírios mais profundos, imaginei que a veria linda como ela estava naquele momento, aproximando-se cada vez mais de mim e tornando a possibilidade de tocá-la cada vez mais válida.
Seus cabelos estavam caídos sobre os ombros, formando perfeitas e charmosas ondas em seus fios. Seus olhos eram felinamente delineados por linhas pretas ao seu redor, deixando suas íris faiscantes e fixas nas minhas ainda mais hipnotizantes. O corpo era coberto apenas por um justo e curto vestido tomara-que-caia vermelho, que destacava toda a região de seus ombros, colo e pernas. Uma delas, inclusive, estava quase totalmente nua devido ao corte vertical que abrangia desde a barra do vestido, que ficava na metade de sua coxa, até perto de seus quadris. Os sapatos pretos de salto tornavam os contornos de seu corpo ainda mais sensuais, fazendo com que minhas mãos subitamente começassem a suar frio e meu coração parasse por alguns segundos, antes de recomeçar a bater com velocidade alucinante.
E antes que eu pudesse me conter e pensar em alguma coisa que não fosse sua beleza, seu perfume envolveu a atmosfera que me rondava, anunciando sua aproximação. Meus olhos ainda encaravam os dela, provocantes, e sua sensualidade começava a surtir efeitos físicos em mim: gradativamente, a calça social me parecia extremamente desconfortável, assim como todo o resto de minhas roupas, e a necessidade de sentir sua pele quente contra a minha chegava a me arrepiar por inteiro. Era possível sentir o suor gelado brotar de minha testa, o sangue ser violentamente bombeado para o resto do corpo, a garganta secar em poucos segundos, as extremidades formigarem de tesão. Como ela podia ser tão maravilhosa?
(S/N) me olhou de cima a baixo, assim como eu havia feito com ela há poucos segundos, e seus lábios avermelhados se retorceram num sorriso malicioso. Ou ela havia desistido de se afastar de mim, ou ela estava tirando uma com a minha cara. Não consegui me decidir, havia outros milhares de pensamentos colidindo em minha mente para que eu pudesse concluir alguma coisa. Para mim, não fazia muita diferença, eu sabia que a teria naquela noite e nenhuma dessas opções representava um obstáculo para mim. Ela virou lentamente o corpo, indicando que se afastaria, e me lançou um último olhar significativo antes de caminhar até a pista, rebolando de um jeito enlouquecedor. Deus do céu, o que ela estava planejando para mim?
Apenas a observei se distanciar, totalmente nocauteado, até que ela parou praticamente no meio da pista de dança e voltou a me encarar. Havia menos gente ao seu redor agora, por algum motivo que eu não estava interessado em saber, tornando minha visibilidade plena. Ela voltou a sorrir, safada, e como se cada parte de seu corpo tivesse vida própria, começou a dançar de um jeito extremamente sensual, como se fosse apenas para pisar no que ainda restava de meu autocontrole fragilizado. A música parecia tocar conforme seus movimentos, e não o contrário; seus olhos mantinham-se presos aos meus, como se analisassem o efeito que sua movimentação provocava em mim. Meu corpo gritava, cada pedacinho de mim urrava, em um uníssono perfeitamente audível e impossível de ser reprimido, a minha sentença.
Eu precisava tê-la. Não havia mais forças para esperar.
Engoli em seco, sentindo dificuldade para respirar, e retomei parte do controle de minha mente. Ignorei tudo e todos ao meu redor e caminhei determinadamente em direção a ela, sentindo os joelhos tremerem e a calça apertar meu corpo. Nossos olhares estavam tão conectados que eu mal podia enxergar outra coisa em minha frente a não ser o brilho de seus olhos. A cada passo, meu coração parecia acelerar ainda mais seus batimentos, ansiando pelo momento em que ela estaria grudada em mim e nossos corpos, prestes a se fundirem num só.
Mas esse momento parecia não chegar nunca. Na verdade, eu já estava andando há tempo demais para não a ter alcançado ainda. Franzi levemente a testa, confuso, e só então me dei conta de que ainda estava no mesmo lugar. Ela, porém, pareceu não perceber isso, porque não houve mudança alguma em seu comportamento. Angustiado, apenas apertei o passo, tentando inutilmente sair dali, mas nada mudou. Minha visão já estava um tanto turva pela falta de oxigênio, mas eu não me importava com aquilo. Tudo que eu queria era chegar até (S/N) antes que alguém o fizesse. Antes, talvez, que Hazza o fizesse, se é que ele estava ali.
E não precisei de muito tempo para descobrir.
Dois segundos depois, ele surgiu de algum lugar perto de mim e simplesmente passou reto, com os olhos fixos na pista. Acompanhei seu trajeto com o olhar, e para meu pânico, ele se aproximava cada vez mais dela, que agora retribuía seu olhar com um sorriso cheio de segundas intenções. O meu sorriso – sim, ele era só meu, e nada mudaria minha opinião. Hazza chegou até ela com facilidade, e envolveu sua cintura com as mãos, deixando que as dela se apossassem de seu pescoço. Um nó apertado surgiu em minha garganta, gerando uma dor lancinante; olhei ao meu redor, procurando por alguém que pudesse me ajudar a me mover, mas subitamente, todos que estavam próximos a mim pareceram sumir, deixando-me completamente a sós com minha agonia. Ou pelo menos quase, até uma voz familiar sussurrar bem ao pé de meu ouvido.
- Ah, aí está você.
Virei-me de um pulo na direção do som, e fui dominado por um horrível enjôo assim que reconheci a dona do sussurro.
- Estava te procurando há horas! – Kelly Smithers disse, com um sorriso presunçoso no rosto e, antes que eu pudesse sequer abrir a boca para dizer algo, senti sua mão agarrar minha gravata e me puxar na direção oposta à de (S/N). E, como num passe de mágica, meu corpo obedeceu a seu comando e se moveu para longe da pista. Minha respiração, que já era praticamente nula, tornou-se ainda mais entrecortada conforme a imagem de (S/N) e Hazza ficava cada vez mais inatingível.
E então meu celular tocou.
Espera aí. Meu celular tocou?
A visão mal iluminada do ginásio deu lugar à claridade do sol, esparramando-se quarto adentro pela janela e sendo refletida nas paredes brancas. Minha respiração era ruidosa e minha boca estava seca, ao contrário de meu corpo, que parecia ter ensopado os lençóis de suor. Olhei em desespero ao meu redor, sem nem me lembrar de como havia ido parar sentado na cama, e tudo que vi foi meu quarto, exatamente como deveria estar. Nenhum móvel a menos, nenhum corpo a mais.
Soltei um suspiro aliviado, fechando pesadamente os olhos em seguida e sentindo meu corpo se acalmar gradativamente. Tudo aquilo havia sido um sonho, ou melhor, um pesadelo. Apenas, somente, nada mais do que isso. Voltei a encarar meus lençóis revirados, normalizando meus sinais vitais, e só então o barulho estridente que me despertara voltou a se apoderar de meus tímpanos. Franzi minha testa umedecida de suor e virei-me na direção da mesinha de cabeceira, fonte do som: meu celular tocava e vibrava energicamente sobre a superfície, implorando por atenção.
Revirei os olhos, irritado com a perturbação matinal, e joguei meu tronco violentamente de volta ao conforto do colchão. E somente por um único motivo, decidi atender à chamada, sem nem olhar de quem ela era para não desistir de meu ato de gratidão.
A maldita ligação havia me tirado daquele pesadelo horripilante. E isso era uma boa ação num sábado de manhã. Obrigado, estranho... Eu acho.
- Alô? – rosnei, sem fazer a menor questão de ser simpático. Fosse quem fosse, já estava com sorte demais por ter sido atendido àquela hora.
- Horan? – uma voz melada emanou do celular, e por um segundo, me arrependi de ter sido tão piedoso. O enjôo pelo qual fui atingido em sonho retornou com força total assim que ouvi Kelly pronunciar meu nome daquele jeito vulgar de sempre, me fazendo pensar que vomitaria a qualquer momento.
- Queria poder dizer que não – grunhi, respirando fundo logo em seguida para conter a movimentação suspeita do conteúdo de meu estômago.
- Ih, pelo jeito acordou de mau humor – ela notou, com a voz levemente ofendida, o que me causou uma súbita vontade de rir – O que houve? Andou tendo sonhos ruins?
Ah, foi macumba sua eu ter sonhado aquelas coisas, não foi, sua piranha? Eu já devia saber que estar prestes a conviver algumas horas com você fora do calendário escolar semanal seria traumático o suficiente para me causar noites ruins.
- Meus sonhos não são da sua conta – falei, com a voz encharcada de tédio – Já a maneira como você os interrompe desnecessariamente devia lhe render pena de morte.
A hipótese de ver Kelly recebendo uma injeção letal ou numa das câmaras de gás famosas na época de Hitler me fez divagar por técnicas de tortura bastante interessantes, distraindo-me por tempo suficiente para que eu quase perdesse sua resposta.
- Como você é estúpido às vezes, Niall – sua voz afetada reclamou, provocando um sorriso maldoso e satisfeito em meu rosto por ter conseguido demonstrar o efeito péssimo que ela tinha em meu humor – E, pra sua informação, eu não liguei para falar baboseiras, tá? Só queria saber que horas você vai passar aqui hoje, pra poder estar pronta a tempo.
Ergui uma sobrancelha, adotando uma expressão horrorizada, e olhei rapidamente para o relógio: nove e cinco da manhã. Meu rosto se contorceu ainda mais, num reflexo chocado por sua atitude idiota. Quem em sã consciência acorda às nove da manhã num sábado para acordar outra pessoa e falar sobre um baile de primavera idiota?
Pois é. Kelly Smithers parecia ser exatamente esse tipo de pessoa. E eu era o tipo de babaca que se deixava acordar por gente como ela. Você pode até tentar me consolar dizendo que eu provavelmente não era o único cara a ser acordado por sua acompanhante naquele dia, e eu te respondo que tal fato não me consola nem um pouco.
Aposto que (S/N) ainda estava dormindo, mal se preocupando com futilidades como bailes de primavera. Pra que programar o dia todo ao redor de uma festa idiota, sendo que em pouco mais de meia hora ela já poderia estar magnífica dentro de qualquer roupa?
Soltei um suspiro levemente irritado comigo mesmo por minha capacidade de desviar meus pensamentos para ela com tamanha facilidade. Calma, Horan, desse jeito não vai sobreviver até a noite. Seu coração de trinta anos não resiste ao mesmo ritmo frenético de dez anos atrás, apesar de ser perfeitamente saudável e acostumado a situações como essa.
- Ahn... Sei lá, Smithers, se vira – respondi, retornando ao assunto com certa dificuldade de concentração e sentindo os últimos vestígios de minha bondade se esvaírem rapidamente – Agora se me der licença, vou voltar a dormir.
- Mas Niall... – ouvi Kelly protestar, com sua típica voz de biscate revoltada, mas não a dei chance de continuar.
- E não corra o risco de quebrar suas unhas tentando me ligar de novo, porque eu vou desligar o celular. Siga meu exemplo e volte a dormir também, pelo bem da humanidade.
Com um sorriso sacana no rosto e sem ouvir mais uma palavra sequer, encerrei a ligação, colocando o aparelho no modo silencioso logo em seguida. Um homem sempre precisava de um pouco de paz após um diálogo tão desgastante com Kelly Smithers, e eu estava prestes a ter o meu.
Ou pelo menos tentar tê-lo.
Mesmo voltando a me acomodar confortavelmente entre meus lençóis, o sono já me parecia distante. Meus olhos se recusavam a fechar, e uma leve agitação havia se alojado em meu estômago, arrancando suspiros tensos de meus pulmões vez ou outra. Abracei um de meus travesseiros, com a intenção de descarregar um pouco de minha inquietação repentina na força de meu aperto. Em vão.
- Merda – sussurrei baixo e entre dentes, quando finalmente desisti de dormir. Levantei-me de um pulo, espreguiçando-me assim que fiquei de pé, e respirei fundo antes de me dirigir ao banheiro para fazer minha higiene matinal. Dez minutos depois, saí de lá uma nova pessoa, com barba feita, rosto lavado, dentes escovados e hálito fresco. Deus salve a Rainha, e a higiene.
Ainda esticando-me, caminhei preguiçosamente pelo corredor frio até chegar à cozinha. Revirei os armários abarrotados de besteiras e preparei um café-da-manhã quase adolescente: torradas com geléia e um copo enorme de achocolatado. Se a manhã não havia começado tão bem quanto eu previra, nada me impedia de tentar consertá-la, certo?
Atirei-me sobre o sofá após colocar a bandeja com minha refeição sobre a mesinha de centro, e liguei a enorme TV de plasma. Noticiários matinais, programas para crianças, e toda aquela chatice de sempre. Bufei diante daquele tédio, deixando alguns pedaços da torrada que eu mastigava escaparem de minha boca, e não pude deixar de rir de meu momento infantil. Eu costumava ser sempre tão metódico, sempre tão objetivo, que às vezes minha criancice diante de alguns detalhes bobos me surpreendia, permitindo-me pensar que ainda havia algo valoroso dentro de mim.
Minha nossa... Isso foi profundo. Eu bem que devia anotar pensamentos filosóficos como esse.
Tsc, quer saber? Que se foda.
Tamanha ocupação mental às nove e meia da manhã me deu uma suave dor de cabeça, e eu resolvi desligar meu modo Platão e parasitar um pouco diante da televisão. Após alguns segundos trocando furiosamente de canal, encontrei um programa agradável: Hell’s Kitchen. Você deve estar pensando que eu sou algum tipo de homossexual enrustido por assistir programas de culinária, mas tenho dois excelentes motivos que explicam a relação entre minha heterossexualidade (sólida como granito, diga-se de passagem, que isso fique bastante claro, obrigado) e a gastronomia. Primeiro, a arte da culinária é algo a ser muito apreciado, principalmente quando se mora sozinho e se aprende o quão difícil é preparar um almoço digno após uma manhã de trabalho árduo; segundo, Gordon Ramsay era o cara. Essa frase pode ter soado meio estranha, mas é que para mim, Hell’s Kitchen era não só um programa sobre comida, mas também sobre como ser um filho da puta de primeira categoria. E ambas as opções me atraíam de certa forma.
Fiquei assistindo, em meio a gargalhadas e lágrimas de tanto rir, aos esculachos de Gordon durante boa parte da manhã, graças à pequena maratona de Hell’s Kitchen, e assim continuei, estirado em meu sofá absurdamente confortável, pulando de canal em canal até ficar sem opções de programação. Quando enfim desisti da TV, meu estômago já estava implorando por comida, e obviamente não o contrariei.
Liguei para um restaurante chinês e pedi um yakissoba tamanho família, com tudo que minha forma atlética tinha direito. Enquanto meu almoço não chegava, tomei um banho rápido, tentando espantar os últimos rastros de preguiça. Não que eu realmente acreditasse que uma ducha gelada me daria o ânimo que eu precisava, mas não custava nada tentar. Confesso que durante o banho eu andei me lembrando da parte boa de meu sonho/pesadelo, o que estendeu minha estadia debaixo do chuveiro por alguns minutos. Ser homem tinha suas desvantagens, como a fraqueza mental diante das mulheres (e conseqüentemente, a física que se seguia a ela).
Exatamente quando terminei de me vestir, o interfone tocou, anunciando a chegada de minha refeição. Poucos minutos depois, já estava sentado novamente em meu sofá, saboreando as delícias da culinária chinesa (ou japonesa, pra mim é tudo igual). Devorei tudo em tempo recorde, sendo atingido em cheio pelo arrebatador sono pós-almoço. Lavei rapidamente a louça que havia usado, tentando me manter acordado, mas parecia que o sono de uma manhã desagradavelmente interrompida também começara a se manifestar. Tudo que me lembro após essa constatação foi que assim que terminei a louça, cambaleei até minha cama ainda desarrumada, e me deixei cair sobre ela, sentindo as pálpebras pesarem e a mente entrar em hibernação.
E, como se tivesse acabado de fechar os olhos, voltei a abri-los, subitamente assustado. Ao invés da claridade amena da tarde, minhas pupilas dilataram-se ao encontrarem a escuridão da noite dominar meu quarto. Eu odiava aquela sensação, fazia com que minha cabeça parecesse pesar toneladas. Instintivamente, olhei para o relógio de cabeceira, ainda um pouco zonzo: oito e quinze.
- Merda! – exclamei, quase caindo da cama ao querer me levantar depressa, embolando-me nas cobertas e levando o triplo do tempo que levaria para ficar de pé normalmente. O baile já havia começado há quinze minutos e eu mal havia separado um terno decente! Jamais me perdoaria se (S/N) chegasse e eu não estivesse lá para vê-la... Seriam quinze minutos desperdiçados de uma noite com ela, e eu me amaldiçoaria para sempre por perdê-los.
Ajeitei a cama com toda a rapidez que pude e tomei uma rápida ducha fria, somente para afastar os últimos vestígios de sono e deixar que a água gelada me trouxesse a concentração da qual eu precisaria naquela noite (não, não estava com humor nem tempo para lembrar novamente do sonho, tá legal?). Enxuguei-me depressa e enrolei a toalha em meus quadris, deixando o banheiro feito um raio e pegando a primeira combinação de paletó, gravata, camisa, calça e sapatos sociais que encontrei. Meu figurino aleatório até que não ficou tão mal: uma camisa roxa, uma gravata cinza clara e o resto das roupas de cor preta, assim como as boxers que vesti correndo (e quase caindo ao fazê-lo). Odiava estar atrasado, odiava me arrumar correndo, sempre deixava os outros esperando e que se danem os horários, mas hoje era uma rara e necessária exceção.
Vesti o resto das roupas na mesma velocidade, e em menos de cinco minutos, já estava praticamente pronto. Me olhei rapidamente no grande espelho do banheiro para me certificar de que estava tudo certo, e ajeitei a gravata que ainda estava frouxa em meu pescoço. Eu odiava usar aquela droga (e passei a odiar ainda mais depois de meu pesadelo), parecia uma coleira me enforcando, mas para as mulheres, era uma espécie de charme a mais. Vai entender a mente feminina... Acho mesmo é que elas sabem que essa porcaria nos incomoda e fingem gostar só pra nos ver sofrer.
Voltando ao assunto, escovei os dentes com todo o cuidado que alguns minutos me permitiram, e dei uma rápida bagunçada em meu cabelo, o suficiente para que ele ficasse do jeito que eu gostava. Pelo menos ele parecia estar contribuindo para o sucesso de minha noite. Peguei o vidro de perfume que aguardava sobre a pia do banheiro e borrifei nos lugares de sempre: nos pulsos e no pescoço. Saí do banheiro e fui até o quarto para pegar meu celular e minha carteira, únicos itens que me faltavam, sentindo aqueles sapatos sociais me incomodarem um pouco. Nada que fosse conquistar minha atenção quando meus olhos estivessem ocupando espaço demais em minha mente, como eu sabia que estariam assim que (S/N) entrasse em meu campo de visão. Após (quase) um dia inteiro sem pensar nela, o que era um tanto raro, já que a via cinco dias na semana, não pude deixar de sorrir sozinho ao visualizar o momento em que estaríamos próximos novamente.
Mas logo voltei à realidade, e revirei os olhos ao guardar o celular no bolso. Pra que eu ia precisar daquele pedaço de tecnologia irritante? Aquilo só servia pra me estressar, afinal, sempre tem aquele energúmeno que me liga justo nos momentos mais impróprios só para torrar minha paciência. Tipo o Styles. Fiz uma careta ao me lembrar dele e de todo aquele triângulo amoroso no qual estávamos metidos; com certeza, ele era o mais desavisado do perigo que corria estando em meio ao fogo cruzado no qual se resumia minha interferência em sua relação com (S/N).
Não que eu tivesse orgulho de ser o responsável pelos chifres do meu melhor amigo. Como eu acabei de dizer, ele é meu melhor amigo - bom, pelo menos por enquanto ele é, não sei se continuará sendo por muito tempo -, mas as coisas se tornam um pouco mais complicadas quando esse amigo está com a única garota que você quer em todo o universo, entende? Se ele estivesse pegando a Smithers ou qualquer outra garota oferecida da escola, eu mal estaria ligando pra isso. Mas não. Ele foi escolher a (S/N). Justo a (S/N). Eu vi primeiro, eu tinha mais direito do que ele, ainda mais agora que ela me correspondia, mesmo que não quisesse admitir. Certo?
Larguei o celular sobre a mesinha de cabeceira e voei até a porta, rodando a chave da Ferrari no dedo indicador de uma mão e guardando minha carteira no bolso da calça social com a outra. Peguei o elevador e rapidamente cheguei à garagem, onde meu brinquedinho vermelho reluzia, me esperando, pronto pra me levar o mais depressa possível para aquele baile. E, conseqüentemente, pra (S/N). Porque, com toda a certeza do mundo, ela seria minha hoje. Toda minha.
Enquanto manobrava com facilidade e acelerava rumo à saída da garagem, me peguei pensando em como ela estaria vestida. Será que estaria de vermelho, como em meu sonho/pesadelo, só pra me provocar ainda mais antes mesmo de encostar em mim? Ou talvez estivesse de preto, escondendo por debaixo de seu vestido todas aquelas curvas que faziam meu sangue borbulhar em certas regiões e me deixavam com aquele sorriso tarado no rosto só de pensar nelas? É... Pensando assim, eu prefiro que ela esteja de preto.
Dirigi o mais depressa que pude até a escola, sentindo meu coração acelerar a cada semáforo ultrapassado. Estacionei bem na frente do colégio, abençoando quem teve a brilhante idéia de reservar as vagas privilegiadas para o corpo docente, e saí da Ferrari, respirando fundo e me preparando pra finalmente vê-la. Não seria difícil encontrá-la, era só procurar a garota mais perfeita no meio daquele monte de alunos sem graça. Contive um sorriso ao imaginá-la, quase irradiando luz própria de tão linda em meio àquele bando de gente idiota, e atravessei a rua, me esgueirando por entre a multidão que entupia a entrada da escola.
Com passos largos e rápidos, logo cheguei ao local onde havia mais gente: a pista de dança, que era basicamente a mesma que eu havia visualizado em sonho (talvez porque todo ano, a mesma decoração se repetia, a ponto de todos os professores já a saberem de cor). Uma música qualquer tocava, fazendo as pessoas se moverem conforme seu ritmo, mas nenhuma dessas pessoas era quem eu procurava. Bufei, lançando olhares impacientes para todas as direções, e em poucos minutos, já tinha percorrido todos os ambientes disponíveis, sem encontrá-la em lugar nenhum. Não havia motivo para estar naquele de baile se não fosse para vê-la, então a leve irritação que começava a me dominar fazia um certo sentido. Sem contar os arrepios que se manifestavam por debaixo do tecido da roupa ao passar pelo bar praticamente idêntico ao que visualizei em sonho.
- Cadê ela? – rosnei, baixo o suficiente para ninguém escutar, e quando estava prestes a começar uma segunda ronda, ouvi uma voz pronunciar meu nome.
- Ei, Horan! – algumas meninas do terceiro ano chamaram, e quando me virei em sua direção, vi que elas carregavam expressões confusas – Você viu a Kelly por aí?
Meus olhos se arregalaram após aquela pergunta, demonstrando meu pânico.
Eu tinha me esquecido completamente de buscar Kelly.
Merda! Merda, merda, merda!
- Não – respondi, tentando manter a calma, e graças a Deus consegui recuperar minha concentração antes que as garotas percebessem minha falha – Ela... Ela deve estar... Por aí.
- Nós a procuramos por toda parte, e nada – uma delas disse, agravando sua expressão desconfiada – Bom, se a vir, peça a ela para nos procurar, pode ser?
- Pode deixar – assenti, disfarçando minha afobação para que elas fossem embora, e assim que se distanciaram, caminhei avidamente até a saída do colégio. Àquela hora, Kelly deveria estar me xingando de todos os nomes feios que conhecia, e eu aposto que conhecia muitos. Não que eu ligasse para isso, pelo contrário, enfurecê-la era algo que eu gostava de fazer, mas do jeito que era vingativa, seria capaz de qualquer coisa para me ver pagar pela gafe de tê-la esquecido em pleno baile de primavera, ainda mais em seu último ano no colegial. E me ver metido em escândalos era a última coisa que eu queria no momento, já havia coisas demais em minha cabeça requerendo minha preocupação.
Entrei apressadamente na Ferrari, e acelerei sem demora, a caminho da casa de Kelly. Estava com a cabeça tão perdida em mil pensamentos diferentes que mal me lembrei de que, incluída no caminho da escola para a mansão dos Smithers, havia uma rua que me despertava muita curiosidade depois que descobri um interessante fato sobre ela.
Era ali que ficava a casa de (S/N).
Fazia tanto tempo que eu não dirigia por aquele trajeto que mal me recordei desse fato tão relevante. Só me dei conta desse detalhe quando meus olhos se depararam com a casa familiar, poucos metros à minha frente. Quando estive ali pela primeira e até então única vez, após a última festa de Kelly à qual tinha ido, terminei num poste, com minha BMW amassada feito sucata. Senti meus pulmões se contraírem de tensão devido às sensações que aquele lugar me trazia, e não consegui conter a vontade de frear bem em frente à casa, tentando não chamar muita atenção, é claro.
Observei atentamente as janelas, buscando por alguma luz acesa, mas não encontrei nada, a não ser por um detalhe no mínimo curioso: os vidros de uma janela próxima à porta estavam abertos. Perigoso descuido, sem dúvida, apesar de aquele ser um bairro bastante famoso por seu baixo índice de criminalidade. Provavelmente, sua mãe ainda estava em algum cômodo e logo notaria a discreta abertura, por isso nem me preocupei em tomar qualquer atitude.
- Como eu sou idiota – murmurei para mim mesmo após mais alguns segundos na espreita, relaxando meus ombros e balançando negativamente a cabeça, porém sem tirar os olhos da casa – Ela deve estar chegando ao baile enquanto você a espera aqui, feito uma mula.
Suspirei profundamente, sentindo o peso da ignorância me desanimar, e após mais alguns segundos de tola esperança, voltei a girar a chave na ignição, rindo de minha própria burrice. Lancei um último e ansioso olhar à casa escura, contendo minha curiosidade em saber como ela era por dentro, e assim que meus olhos voltaram a se afastar dela, vi algo que me pareceu uma miragem a princípio, mas depois se tornou fato.
Uma das luzes havia sido acesa no andar de cima.
Voltei a fixar meu olhar no cômodo agora iluminado, sentindo meu coração palpitar ansiosamente, e não precisei esperar muito para que o responsável por ativar aquela iluminação passasse bem em frente à janela, perto o suficiente para que eu o reconhecesse.
Perto o suficiente para que eu recebesse a melhor notícia de minha noite.
Aquele só podia ser o quarto de (S/N).
Porque era justamente ela quem estava lá dentro.
- Eu não acredito nisso – sussurrei para mim mesmo, ouvindo os batimentos eufóricos de meu coração ao constatar tais fatos, e como num piscar de olhos, todas as peças se uniram em minha mente, formando uma imagem muito mais do que clara, apesar dos riscos que me oferecia – Então... Ela não vai ao baile?
Meus olhos foram da janela de (S/N) até os vidros abertos no andar de baixo, e continuaram fazendo esse percurso vicioso por alguns segundos, buscando por possíveis falhas. Encontrei algumas, como a possibilidade de sua mãe estar em casa, mas eu estava tão boquiaberto diante daquela situação tão favorecedora que hipóteses como essa me pareceram meros detalhes.
Está tão fácil!, uma voz ecoou em minha cabeça, e eu não pude fazer nada a não ser concordar com ela. Após mais alguns poucos segundos de indecisão, respirei fundo e me desfiz da gravata, sentindo que precisaria de mais ar do que o normal. Minha escolha estava feita; estimulada pela exorbitante recompensa que sua presença poderia me trazer, a coragem necessária para lidar com as piores derrotas agora zunia em minhas veias.
Porque para a doce vitória, eu já estava mais do que preparado.
- Hm... – pensei alto, cerrando meus olhos agora fixos na janela do andar de baixo, e um sorriso criminoso surgiu em meu rosto – Por que não?



CONTINUA...

Imagine Hot Duplo - Harry e Niall





 Você morava no Brasil e sua melhor amiga tinha se mudado à 1 ano para Londres , um dia você está no seu quarto e recebe uma ligação da sua amiga convidando pra você morar com ela , e lógico você fala com a sua mãe e ela deixa.
Chega o dia de você ir pra Londres , antes de embarcar você liga pra ela te buscar no aeroporto e ela diz que vai levar alguns amigos que fez lá e o namorado dela Zayn.
 Você desce do avião e já vê sua velha amiga e corre na direção dela e ela faz o mesmo depois que vocês se abraçam você vê que atrás dela tem 5 meninos perfeitos , que foram apresentados como Zayn , que era o namorado dela , Harry , Niall , Liam e Louis.
Já no apartamento você descobre que os meninos moram junto com a sua amiga e que Liam e Louis namoram duas meninas que por fotos eram perfeitas.A noite vocês iriam a uma boate.Vocês foram na boate e se divertiram , quando voltaram , sua amiga pediu pra você dormir no quarto do Niall e do Harry enquanto o seu não está arrumado e você aceita.Você coloca seu pijama e fica deitada com Harry na cama esperando o Niall vir deitar , você estava muito cansada , você levanta da cama pra ir escovar os dentes e fala:
- Nossa to muito cansada da viagem.
- Olha lá Niall ela ta cansada.- Harry fala chegando perto de você e você vai se afastando esbarrando em algo ou melhor alguém, Niall.
- Que tal a gente fazer esse cansaço passar rapidinho hein Harry ?
Os dois sorriem um pro outro e te presam na parede. Niall começou a beijar seu pescoço e o Harry ficava passando a mão em todo seu corpo e dando leve beijo por todo o seu rosto , vocês foram andando lentamente até a cama , eles te jogaram na cama , e tiraram a roupa ficando só de cueca , deitou cada um de um lado seu , Niall tirava sua blusa e Harry seu short's até que vocês estavam só de roupa intimas .Já que Niall está na sua frente você pega e tira a cueca dele , você sente Harry tirar a dele também.
- Acho que estamos em desvantagem.- Niall fala.
Harry tira seu sutiã e fica meio que te abraçando enquanto massageia seus seios , Niall tira sua calcinha e vai descendo seus beijos até sua parte intima você estava adorando e eles também. Harry continuava massageando seus seios e beijando seu pescoço e Niall penetrou em você enquanto te beijava pra abafar os gemidos , vocês ficam nessa posição por um tempo e antes que você chegue ao seu máximo , vocês resolvem trocar de posição , você vira pra Harry e fazem o mesmo processo , enquanto Harry penetra em você e Niall massageia seus seios você começa a massagear o pênis de Niall. Ficaram nisso algum tempo e depois resolvem tomar banho. Vocês entram no box e Niall fica encostado na parede , você sobe no colo do Harry e ele meio que te prensa entre ele e Niall .
Então você sente a stylesconda no seu ânus , ao mesmo tempo que sente a horanconda na sua vagina . Os dois aumentaram a velocidade das estocadas , fazendo você "dançar" entre os braços dos meninos , então algum tempo depois , vocês três chegaram ao clímax . Terminaram de tomar banho , e voltaram para a cama para começar tudo de novo.

Fim.

Retirado de: http://ficsimagines.blogspot.com.br/

Imagines Hots






♛Imagines Hots


Zayn Malik


Niall Horan


Louis Tomlinson


Harry Styles


Liam Payne


Mais de um mino


sábado, 29 de junho de 2013

FanFic - Biology Capítulo 22





- O que acha desse?
- Hm... Eu prefiro o roxo.
- Eu também, mas acho que esse realça mais os meus peitos... Ou não?
- Só porque o decote é maior? Que pouca vergonha!
Eu e Eleanor estávamos em uma loja de vestidos, em plena terça-feira à tarde, para escolher um modelito para o baile de sábado. Isso mesmo, um vestido, o de Eleanor, porque eu estava disposta a cumprir com a tarefa de passar a noite comendo chocolate e vendo qualquer filme que estivesse passando na TV (e que, de preferência, tivesse vários homens gatos e poucas loiras no elenco). Não queria ter que assistir a mais cenas pornográficas entre Kelly e Niall, e mesmo que Hazza estivesse bem para ir, preferia ficar com ele em sua casa ou algo do tipo. Qualquer plano que envolvesse distância daquele colégio me agradaria, e sinceramente, ficar longe daquele baile não era pedir demais.
- Tudo bem, eu me decidi – Eleanor suspirou, atirando o vestido vermelho que havia acabado de experimentar em cima de mim, unindo-o aos outros cinqüenta que ela havia provado e desaprovado logo em seguida – Vou ficar com o roxo. É o mais barato e o mais bonito.
- Adoro quando você tem essas crises súbitas de inteligência – sorri, sarcástica, pegando o vestido que havia caído sobre minha cabeça e colocando-o sobre a pilha de vestidos rejeitados em meu colo – Me faz crer que realmente existe alguma coisa dentro do seu crânio, por mais inativa que ela seja.
- Que tal você levar esses vestidos pra atendente antes que meu joelho vá parar no fundo da sua garganta? – ela retrucou, cínica, e mesmo estando apenas de roupas íntimas, ela realmente me amedrontou.
- Acho que vou te esperar lá fora – murmurei encolhida, carregando os vestidos rejeitados e deixando o cubículo. Coloquei as peças sobre o balcão da loja com um sorrisinho sem graça para a vendedora, e logo me reaproximei do provador, bem a tempo de ouvir a voz abafada de Eleanor falar.
- Você ainda não me contou o que aconteceu de tão sério nesse final de semana... Provavelmente estava esperando que eu me esquecesse disso, se eu ainda conheço suas técnicas falhas de fugir de mim.
Quase engasguei com minha própria saliva com aquela indireta mais do que direta e inesperada, ainda mais sendo tão cruelmente arrancada do mundo de fantasia no qual eu havia me forçado a mergulhar nas últimas 24 horas. Não pensar em Niall (sozinho ou com Kelly, tanto faz) exigia um bom esforço de minha mente, e ser forçada a me lembrar de eventos como o fim de semana me desestabilizou.
- Não faço idéia do que você tá falando – despistei, tentando parecer o mais indiferente possível. Não adiantaria por muito tempo, mas eu precisava tentar enganá-la, se não queria compartilhar com ninguém os acontecimentos na casa de praia. Eles já eram perturbadores o suficiente pra mim, e olha que isso já era perturbação demais, acredite.
- Ah, tá – ela resmungou, e pelo tom de sua voz, soube que seus olhos estavam cerrados em sinal de ceticismo – E eu sou a rainha da Inglaterra.
Engoli em seco, sem saber o que responder, e comecei a admirar minhas unhas e o enorme estrago que aquele fim de semana havia provocado nelas.
- Bom, você é quem sabe se vai me falar agora ou depois – sua voz voltou a ecoar alguns segundos depois, quando Eleanor saiu do provador já com suas roupas no devido lugar – E eu tenho a vida toda pra esperar, dica.
Bufei, revirando os olhos e caminhando com ela até o balcão em silêncio. Ela pagou o vestido e rapidamente saímos da loja, chegando ao corredor vazio do shopping, devido ao pouco movimento às terças-feiras.
- Eu não quero falar, tá legal? – assumi, derrotada, quando ela me lançou um olhar intenso – Eu já estou me sentindo mal o suficiente por isso, não quero que você me dê uma bronca e piore as coisas.
- Por que eu te daria uma bronca? – ela perguntou, dando de ombros – O que houve, transou sem camisinha?
- Fala baixo! – sussurrei, mas minha vergonha era tanta que o som foi quase o mesmo de um grito – E não, não foi nada disso!
- Fez ele broxar? – ela voltou a perguntar, com a naturalidade de quem pergunta qual a minha banda favorita.
- Claro que não! Pára!
Olhei ao redor, com medo de termos sido ouvidas por alguém, e assim que virei meu rosto para trás, dei de cara com um senhor andando a uma certa distância de nós. Seu olhar estava fixo em Eleanor, e seu olhar era, no mínimo, horrorizado com nossa conversa. E olha que eu fui bastante educada ao utilizar um adjetivo tão leve.
- Fingiu um orgasmo? – Eleanor cochichou, quando voltei a olhar pra frente, quase explodindo de tanta vergonha.
- Pelo amor de Deus, cala a boca! – implorei, fincando minhas unhas em seu braço e sentindo o sangue deixar meu rosto completamente vermelho – Qual parte do “Eu não quero falar disso” você não entendeu?
- Nossa, foi tão grave assim que você não quer contar nem pra mim? – ela ignorou minhas palavras completamente, levando uma das mãos ao queixo e olhando para frente de um jeito pensativo – Tô começando a ficar assustada.
- E eu tô começando a me irritar com você! – rosnei, fazendo-a acordar de seus pensamentos e me olhar com uma pontada de medo – Se eu tô falando que não quero contar, tenha um pingo de educação e respeite minha decisão! Acha que consegue fazer isso pelo menos uma vez na vida?
Ela continuou me encarando, estranhando minha súbita agressividade, e eu apenas respirei fundo, fechando os olhos por alguns segundos e tentando fazer meu estresse diminuir. Eu simplesmente não funcionava bem sob pressão, e ultimamente parecia que tudo me pressionava de certa forma.
- Desculpa, (seu apelido) – Eleanor murmurou, finalmente percebendo que estava exagerando um pouco – É que eu me preocupo demais com você, sabe que não consigo te ver com problemas e não querer ajudar. E quanto à curiosidade... Bem, é simplesmente mais forte do que eu.
Voltei a encará-la, me deparando com seus olhos arrependidos, e sorri de leve por suas palavras reconfortantes e ao mesmo tempo engraçadas.
- Eu sei, Eleanor - suspirei, abraçando-a lateralmente e grudando nossas bochechas – Me desculpe por ter sido grossa com você, sei que se preocupa demais comigo. Por acaso eu já te agradeci por existir?
Eleanor soltou uma gargalhada alta, retribuindo meu abraço desajeitado e tentando se equilibrar comigo pendurada em seu pescoço enquanto andávamos.
- Acho que não – ela respondeu, quando finalmente a soltei e voltamos a caminhar normalmente pelo shopping – Então antes que você se arrependa de ter dito isso, só quero que me responda uma coisa, e com sinceridade, pra que eu possa ficar tranqüila: está mesmo tudo bem? Não há nada que eu precise saber sobre esse fim de semana?
Devolvi o olhar prestativo dela, e um suspiro escapou novamente por entre meus lábios. Um sorriso triste ameaçou surgir em meu rosto, mas não havia firmeza suficiente para que ele se alastrasse; apesar disso, não desisti de minha resposta decisiva:
- Não precisa mesmo se preocupar, Eleanor. Já está tudo resolvido.

O resto da semana se arrastou com uma velocidade surpreendentemente rápida, apesar de torturante. Durante as aulas, por mais alto que os professores falassem e por mais interessante ou de fácil entendimento que fosse a matéria, tudo que meus ouvidos conseguiam captar era a voz de um certo ser loiro de olhos verdes que não parava de cochichar entusiasticamente com suas amigas sobre como seu vestido para o baile era lindo, maravilhoso, perfeito, caro...
E sobre como ele ficaria ainda melhor no chão do quarto do Horan depois da festa.
Não que eu estivesse ligando pra algum dos dois, pelo contrário, mas para um homem como Niall, era humilhação demais se meter com uma retardada, ou melhor, meter numa retardada como Kelly. Quer dizer, ele não sentia vergonha? Será que existia algum tipo de premiação secreta por pegar a aluna mais fútil de todo o colégio? Era algum tipo de aposta que ele havia perdido? Ou então um enigma como aquele requeria um intelecto superior ao meu? É, talvez essa fosse a opção mais próxima da realidade.
A única coisa que parecia cooperar comigo (se é que posso dizer dessa forma), surpreendentemente, era quem mais deveria estar me incomodando. Niall mal apareceu durante os outros três dias de aula, a não ser quando foi forçado a ficar preso por 50 minutos no mesmo ambiente que eu: sua aula de biologia laboratório. E mesmo assim, parecia distante, como um animal selvagem enjaulado, incomodado por não poder simplesmente sair correndo dali. Explicou breve, porém detalhadamente como a aula procederia, e se manteve sentado em sua mesa, com o olhar perdido nas dezenas de relatórios que corrigia. Vez ou outra, passava os dedos nervosamente por entre os cabelos, colocando-os para trás e deixando ainda mais visível seu comportamento subitamente claustrofóbico.
Tentei não me deixar afetar por seu jeito diferente, mas era inevitável não sentir um nó se formar em minha garganta a cada vez que eu me lembrava de suas últimas palavras, e a vulgaridade com a qual sua voz as pronunciou.
”Incrível como você está demorando a perder a graça... A cada dia, se torna ainda mais divertida, como um perigoso brinquedo que se renova constantemente... E se torna cada vez mais excitante.”
Naquele dia, ouvi o sinal tocar, anunciando o fim da aula, mas ele me pareceu incrivelmente distante. A voz de Niall ainda reverberava em minha mente, mais alta que qualquer outro som ao meu redor e me impedindo de pensar com clareza. Somente quando o ruído dos bancos sendo arrastados pelos alunos e o murmurinho crescente de suas vozes conseguiu vencer o volume de meus pensamentos, me dei conta de que estava imóvel, encarando meu relatório já pronto, e com os olhos levemente marejados. Por Deus, o que havia de tão errado comigo? Que droga, eu estava careca de saber que ele não merecia uma única lágrima minha! Não existia sequer sentimento suficiente em nossa relação, ou seja lá o que foi que tivemos, para que eu estivesse me sentindo triste, traída, machucada daquela maneira!
Guardei meu material depressa e deixei meu relatório ali mesmo, unindo-me apressadamente ao fluxo de alunos que se dirigiam à saída da escola. A única coisa que pude ver antes que o laboratório sumisse de meu campo de visão foi um sorrisinho discreto e sujo de Kelly, conforme se aproximava da mesa de Niall para entregar seu relatório. A cobra estava aproveitando a oportunidade perfeita para dar o bote perfeito. E por mais que eu soubesse que os dois se mereciam, meu coração se contorcia de ódio por não poder fazer nada contra aquilo.
Só o que me restava era que ele o fizesse por mim. E eu sabia que ele não o faria.

Sexta-feira. 07:45 da noite. Me vi sentada em minha cama, sozinha em casa e sem absolutamente nada para fazer. Não que eu fosse do tipo que gosta de ter tarefas o tempo todo, mas ultimamente eu estava me tornando adepta desse estilo de vida. Estar sempre ocupada impedia minha mente de vagar por terrenos proibidos... Ou pelo menos me ajudava a conter esse tipo de pensamento.
Suspirei profundamente, tentando pensar em algo para me ocupar, mas nada parecia surgir. Meus olhos passearam distraidamente pelo quarto por alguns minutos, e se fixaram no pequeno mural de fotos que se encontrava na parede oposta à cama. Observei minhas várias fotos com Eleanor, algumas com Ewan, outras com meus pais, e uma em especial me chamou a atenção.
Eu passava tão pouco tempo desocupada em meu quarto que mal me lembrava mais da existência daquela foto. O papel retangular exibia minha própria imagem, extremamente sorridente, e Hazza ao meu lado, envolvendo meus ombros com um de seus braços fortes e dando aquele sorriso que agora eu conhecia tão bem, mas que na época se assemelhava a um sonho inatingível para mim. A foto era de minha formatura, há cerca de dois anos atrás, quando finalizei o ensino fundamental. Hazza não dava aulas para minha turma ainda, mas graças ao nosso trabalho conjunto na olimpíada de biologia daquele ano, havíamos adquirido uma certa amizade, ainda dentro dos padrões acadêmicos. Bom, pelo menos para ele, porque àquela altura, eu já estava praticamente apaixonada por aqueles olhos verdes e sorriso encantador.
Suspirei novamente, refletindo sobre como minha vida havia mudado desde então. Naquela época, eu jamais diria que um dia teria algo além de um mero amor não correspondido por Hazza; hoje, eu era nada mais, nada menos que sua namorada, mesmo que em segredo. Uma inesperada agulhada de remorso se manifestou em meu peito devido às falhas que eu cometera nesse novo papel que exercia na vida dele, e imediatamente me amaldiçoei por voltar a pensar no assunto que eu tentava evitar.
Soltei o terceiro suspiro cansado em menos de cinco minutos, me perguntando quando a passagem meteórica e inconseqüente de Niall por minha vida deixaria de ser uma ferida aberta em mim. Sacudi levemente a cabeça, tentando inutilmente colocar minhas idéias no lugar, e por incrível que pareça, o movimento pareceu servir para alguma coisa: na mesma hora, achei algo para fazer. Como eu não havia pensado naquilo antes?
Peguei o telefone, disputando espaço sobre a cama entre meus bichos de pelúcia, e digitei o número que eu já sabia de cor, apesar de nunca tê-lo chamado antes. Aguardei até que a pessoa atendesse à minha ligação, me sentindo levemente ansiosa, apesar de saber que não havia necessidade daquilo, e meus olhos voltaram a se fixar na foto em meu mural assim que obtive uma resposta.
- Amor? – a voz masculina que sempre agia como um antídoto a todo e qualquer veneno que corresse em minhas veias falou, trazendo um sorriso para meu rosto, tão grande como o que eu ostentava na foto, ou talvez até maior.
- Oi – foi tudo que consegui responder, derretida, e levei alguns segundos para voltar a falar – Me desculpe por ligar assim, sem motivo aparente, mas é que... A saudade apertou.
– Te desculpar? Por que eu ficaria bravo com uma ligação sua? - Hazza exclamou, com a voz fofa, e meu sorriso se intensificou, demonstrando o bem imediato que ele me trazia, mesmo com seus mais discretos gestos de alegria – Eu devo é te agradecer por ter lido minha mente... Tava pensando em você agora mesmo, sabia?
- Ah, é? – eu ri baixinho, abraçando debilmente meu Garfield de pelúcia como se Hazza pudesse sentir meu carinho também – Eu também! Isso é bom... Eu acho.
A risada inconfundível dele ecoou do outro lado da linha, leve e reconfortante como uma manhã quente e ensolarada após um inverno rigoroso.
- Não, isso não é bom... Isso é ótimo – ele disse, colocando um leve charme na voz – É tão ótimo que eu tenho feito muito isso ultimamente, sabia? Acho até que, de tanto pensar em você, poderia te materializar bem aqui na minha frente agorinha mesmo, só com a força do pensamento... O que acha?
Dessa vez, eu soltei uma gargalhada divertida, sentindo meu corpo leve pela primeira vez naquela semana. Hazza parecia aliviar o peso de todo e qualquer tipo de fardo que eu carregava com o simples som de sua voz, ainda mais quando me provocava daquele jeito despreocupado.
- Infelizmente, eu tenho que discordar – falei, observando distraidamente o movimento esvoaçante das cortinas de meu quarto – O senhor está de repouso sob recomendações médicas ate amanhã, e a última coisa que faríamos se eu estivesse aí seria repousar.
- Ah... Que pena – ele gemeu, e eu pude imaginar com facilidade a expressão de nenê emburrado em seu rosto – Odeio quando você tem razão. Promete que me recompensa semana que vem?
- Posso te recompensar amanhã mesmo, se já estiver se sentindo melhor – murmurei, com um tom malicioso, já começando a sentir o ânimo crescer em mim quanto àquele sábado – Teremos bastante tempo para colocar nossos assuntos em dia.
O silêncio de Hazza me fez pensar que ele estava refletindo concretamente sobre a sugestão, mas pelo visto, meu poder de dedução estava um tanto quanto falho.
- Hm... Amanhã eu não vou poder te ver – ele lamentou, mantendo sua voz desanimada – Na verdade, eu vou viajar hoje mesmo pra Sheffield, e provavelmente, só volto no domingo. Vou visitar minha mãe, já que amanhã é o aniversário dela.
Fiquei sem saber o que dizer por alguns segundos. Hazza nunca havia mencionado nada sobre sua família antes, e o fato de não poder conhecer sua mãe me deixou levemente triste. De repente, me ocorreu a imagem de uma senhora amável e bondosa, do tipo que te oferece biscoitos com leite acompanhados de um sorriso gentil e olhos ternos. A senhora Styles deveria ser uma graça, e eu simplesmente não podia conhecê-la, tudo porque era alguns anos mais nova que Hazza. Aquele tabu ridículo de diferença de idade estava começando a me dar nos nervos.
- Ahn... Eu entendo – gaguejei, afogando minhas recém-nascidas esperanças de um sábado menos solitário – Dê um abraço bem apertado em sua mãe por mim, mesmo que ela não saiba que eu existo.
- Pode deixar, amor – ele sorriu, e eu senti a pena por não poder me levar transparecer em sua voz – Tenho certeza de que ela gostaria muito de você se pudesse conhecê-la.
Não consegui responder nada, apenas sorri, sentindo-me subitamente deprimida. Eu estava fadada a passar o fim de semana inteiro dentro de casa, tomando litros de sorvete e vendo TV o dia todo, de pijamas e pantufas, enquanto minha melhor amiga reatava seu namoro, meu namorado visitava a mãe a sei lá quantos quilômetros de distância e o idiota do Horan comia a Kelly até cansar. Tamanha exclusão parecia até castigo divino pelo excesso de companhia que tive no fim de semana anterior.
- Bom, eu não vou mais te prender nessa ligação totalmente sem sentido – suspirei desanimada, sem nem mencionar o baile de primavera, do qual Hazza provavelmente havia se esquecido – Você deve estar ocupado arrumando suas coisas para a viagem, e eu estou aqui te segurando no telefone.
- Você tem é sorte por eu não poder te dar uma bela de uma sessão de cócegas agorinha mesmo como punição a esse seu jeito bobo – ele resmungou, brincalhão, e eu sorri fraco – Entenda uma coisa: você não me atrapalha, tampinha.
Soltei uma risadinha tímida, ainda encarando as cortinas agora imóveis, e logo em seguida, ouvi o barulho da porta sendo aberta no andar de baixo, indicando que mamãe havia chegado.
- Quem precisa desligar agora sou eu, mamãe chegou – falei, levemente apressada – Tome cuidado na estrada, descanse, beba bastante líquido, não pegue muito sol e divirta-se, ouviu bem?
- Pode deixar – Hazza respondeu, carinhoso - E o mesmo vale pra você, cuide-se.
- Vou tentar me manter longe de todo o perigo que minha casa pode me oferecer – eu ri, achando graça das precauções dele e fazendo-o rir junto.
- Te amo – ele murmurou, assim que nosso riso cessou, e eu senti meu coração se contorcer, dominado por milhares de sentimentos diferentes. Saudade, amor, felicidade... Remorso, culpa, dor.
- Eu também – murmurei, com a voz aflita, e esperei que ele desligasse para colocar o telefone na base. Assim que o fiz, mamãe bateu à porta.
- Olá, querida – ela sorriu, parecendo cansada após um dia cheio em seu escritório. Após a promoção que conseguira na empresa onde trabalhava há quase dez anos, sua carga de trabalho havia aumentado consideravelmente, e era raro vê-la chegando em casa antes das dez e meia. Hoje havia sido um dia bastante atípico, mas era bom que de vez em quando ela tivesse um tempo extra para cuidar de si.
- Oi, mãe – respondi, retribuindo como pude seu sorriso e tentando não parecer tão desanimada quanto realmente estava – Dia cheio?
- Até demais – mamãe suspirou, fechando os olhos lentamente e logo voltando a abri-los – E só pra compensar, algumas amigas do escritório estão armando uma festa surpresa para nosso chefe amanhã, e precisarão de uma mãozinha com os preparativos... Então não se assuste se acordar tarde e não me encontrar.
- Boa sorte – falei, fazendo uma careta, e ela apenas riu de leve.
- Se não se importa, vou tomar um bom e demorado banho e dormir – ela disse, meio sem jeito, e eu apenas balancei negativamente a cabeça, demonstrando que não me importava – Boa noite, minha querida. Qualquer coisa me chame, está bem?
- OK, boa noite, mãe – apenas sorri fraco, vendo-a fechar novamente minha porta e desaparecer. Fiquei encarando a maçaneta da porta por alguns segundos, me preparando inconscientemente para as próximas 48 horas, que seriam provavelmente muito parecidas com aquele momento: vazias, silenciosas e solitárias. De certa forma, a solidão era tudo que eu queria para poder organizar minha mente, mas agora que ela finalmente havia chegado, após uma semana inteira aguardando-a ansiosamente, o silêncio e o frio que a acompanhavam me pareciam estranhamente terríveis.
Ajeitei-me entre meus bichinhos de pelúcia, abraçando alguns deles na tentativa de preencher o enorme vazio entre meus braços e deixando que minha cabeça pesada descansasse sobre o travesseiro macio. Respirei fundo e calmamente, mandando uma mensagem para que meus músculos relaxassem junto com o oxigênio inalado, e fechei os olhos devagar, apenas sentindo o conforto do colchão se espalhar por meu corpo e meu cansaço mental se manifestar numa leve dor de cabeça. As pálpebras pareciam mais pesadas do que o habitual, mantendo-se fechadas sem sequer pedirem permissão para isso, e a respiração foi ficando cada vez mais calma... Meu quarto agora parecia um borrão de cores e formas engraçadas, logo sendo substituídos pela escuridão do sono.
E se eu não tivesse adormecido tão rápida e inesperadamente, poderia jurar que a última coisa que senti antes de apagar por completo foi um braço forte envolver minha cintura e me puxar para mais perto de seu corpo, deitado ao meu lado, e seu hálito de canela sussurrar ao pé de meu ouvido.
- Boa noite, meu vício.



CONTINUA...

FanFic - Biology Capítulo 21





- Eu não acredito! É você mesmo? Já faz tanto tempo que não te vejo que já estava esquecendo seu rosto!
Respirei fundo ao ver Eleanor estender os braços em minha direção, com um sorriso divertido, e não pude deixar de rir, mesmo que pouco, de sua recepção exagerada. Ao vê-la depois de dois dias tão turbulentos e completamente distantes de minha realidade, me dei conta de que minha vida tinha, de certa forma, voltado ao normal: eu tinha uma mãe que me amava, uma melhor amiga que me apoiava em praticamente tudo, e um namorado simplesmente fascinado por mim. A cada passo meu que ecoava pelo frio pátio do colégio, uma simples pergunta se intensificava em minha mente, tornando-se quase impossível de ser ignorada. Mas não de ser respondida.
O que mais eu poderia querer?
- Que saudade – foi tudo que consegui dizer quando cheguei perto dela, abraçando-a com força. A sensação de poder contar com alguém que provavelmente não me mataria se descobrisse meus segredos, e inclusive já sabia de uma boa parte deles, era extremamente revigorante.
- Hm, não gostei desse seu tom de voz – ela murmurou, ainda me abraçando, e eu sorri fraco, comprovando minha teoria de que estava pra nascer uma pessoa que me conhecesse tão bem como ela – Acho bom a senhorita me contar tudinho, ouviu? E a propósito, cadê o Hazza?
- Ele não vem hoje – respondi, e ela desfez o abraço pra poder me ver, com a expressão confusa – Está no hospital.
Eleanor arregalou os olhos, assustada, e meu rosto adotou traços pesarosos.
- (S/N) (seu sobrenome)... O que raios você fez com ele? – ela sussurrou, e se eu não estivesse tão esquisita, teria rolado de rir. Mas apenas sorri fraco novamente e balancei a cabeça em negação.
- Calma, não é nada do que você tá pensando – expliquei, e ela colocou a mão sobre o peito, um pouco mais aliviada – Ele tomou sol demais e acho que está com um princípio de insolação. Tive que insistir muito com ele hoje de manhã pra que ele concordasse em ir ao médico e ignorasse o fato de que tinha que dar aulas.
Sim, eu finalmente o tinha convencido a ir ao hospital, depois de um certo esforço. Antes de ir para a escola, ajudei Hazza a vestir uma blusa e uma bermuda, e o coloquei dentro de um táxi, já que dirigir seria um pouco difícil pra ele. Como não podia acompanhá-lo, por medo de sermos flagrados juntos, pedi ao motorista do táxi que o ajudasse a se locomover e o esperasse durante seu atendimento (óbvio que tive que gastar um pouco de minha mesada nessa transação, mas não deixei que Hazza visse essa parte), e pedi também para que o sempre simpático porteiro, Andy, o ajudasse a subir até seu apartamento na volta. Mesmo sabendo que tudo ficaria bem, um certo aperto em meu peito por não poder estar com ele insistia em me deixar deprimida. Pelo menos fiz Hazza prometer que me ligaria assim que chegasse em casa, o que de certa forma me tranqüilizava um pouco.
- Coitadinho – Eleanor lamentou, fazendo cara de pena, e eu assenti – Mas não se preocupe, vai ver que ele melhorará rapidinho. E você, não tomou sol não? Tá parecendo uma zumbi, credo.
- Tomei sim, tá legal? Você sabe que meu bronzeado não dura, e quando dura, é pra ficar descascando logo depois – resmunguei ofendida, cruzando meus braços e fazendo Eleanor rir – Então eu prefiro que ele não dure mesmo.
- Sei sim, você é toda problemática – ela assentiu, ainda rindo um pouco, mas logo sua expressão se tornou séria e sua voz diminuiu de volume – Ih, falando em problema...
Franzi a testa em sinal de dúvida, mas assim que percebi a fixação do olhar de Eleanor em direção a algo atrás de mim, já soube do que se tratava. Nem me dei ao trabalho de virar para saber quem havia acabado de chegar. Três segundos depois, Niall passou bem ao nosso lado, e seu perfume adentrou minhas narinas, assim como meus olhos se fixaram inconscientemente em seus cabelos bagunçados, sua nuca e...
Puta merda, Horan. Precisava ter vindo de preto? Justo de preto? Por que ele tinha que jogar tão na minha cara que tinha um corpo simplesmente perfeito? Argh, vai pro inferno, demônio.
- Problema? – gaguejei, desviando meus olhos involuntariamente grudados ao corpo de Niall (mais especificamente, à sua bunda ressaltada pela calça um pouco justa) rapidamente e voltando a olhá-la com uma pontada de frustração e ressentimento – Não vejo problema nenhum.
Eleanor ergueu uma sobrancelha, cética, e minha firmeza vacilou um pouco.
- Desde quando você atingiu esse ponto de autocontrole? – ela perguntou, e eu apenas revirei os olhos, fingindo desinteresse.
- Não é autocontrole – respondi, balançando negativamente a cabeça e tomando todos os cuidados necessários para não olhar para Niall, por mais que a porta da sala dos professores ficasse na mesma direção de Eleanor e ele estivesse passando por ali naquele exato momento – É determinação. Eu amo Hazza, e ele também me ama... Por que eu precisaria de mais alguém?
- Não sei – ela deu de ombros, abandonando a expressão desconfiada e mudando para uma distraída – Sexo, talvez.
- Eleanor! – exclamei, empurrando-a de leve, e um sorrisinho safado surgiu em seu rosto, assim como minhas bochechas devem ter corado.
- Ah, (S/N), fala sério... Sexo é ótimo e você sabe muito bem disso – ela riu baixo, apontando pra mim e fazendo cara de sabida – Não tente bancar a santinha, porque comigo não cola.
Apesar de desaprovar seu comentário desnecessário (e seu alto teor de fatos reais), não consegui responder nada. Minha concentração se esvaiu novamente e meus olhos foram cruelmente arrancados de Eleanor e conectados a Niall, que agora fazia o caminho inverso ao anterior para entrar no prédio onde ficavam as salas. Conforme se aproximava da entrada do prédio, que por sinal era onde eu e Eleanor estávamos paradas, sua expressão fechada se tornava cada vez mais nítida, e, infelizmente, mais bonita. Não que eu ligasse para isso, claro.
Respirei fundo, afastando todo e qualquer pensamento indesejado de minha mente, e finalmente consegui rebater a brincadeira idiota de Eleanor, alto o suficiente para que Niall me ouvisse ao passar bem atrás dela.
– Posso até não ser santa... Mas não sou um mero brinquedo.
Assim que as últimas palavras saíram de minha boca, Niall parou de andar, logo atrás de Eleanor. Meu olhar ávido acompanhou seu rosto enquanto ele o virava na minha direção, e logo os aros azuis de seus olhos se tornaram plenamente visíveis. Sua testa estava franzida sobre eles, e seus lábios estavam firmemente fechados, formando uma linha reta e demonstrando sua seriedade. Não desviei meu olhar do dele; pelo contrário, intensifiquei nossa conexão visual até que ele se desse conta de que estava me olhando por tempo demais e passasse a encarar o chão, voltando a andar logo em seguida. Eleanor, confusa demais para entender alguma coisa, apenas olhou para trás tentando acompanhar meu olhar ainda fixo, e ao encontrar a porta do prédio já vazia, voltou a me encarar, desconfiada.
- Se antes eu já estava achando que precisava saber de algo, agora eu tenho certeza absoluta disso – ela murmurou, me analisando minuciosamente, e eu não conseguia tirar meus olhos do local onde antes Niall me encarava – Mas seja lá o que esse algo for, tenho a impressão de que não é nada pacífico.
- Alguém já te disse que seu poder de dedução é simplesmente incrível? - sorri de um jeito maldoso, satisfeita por ter conseguido alfinetar o idiota do Horan, e voltei a olhar para Eleanor, que ainda me fitava daquele jeito desconfiado. De pacífica, aquela história não tinha absolutamente nada. Aliás, tudo que envolvesse Niall Horan em minha vida jamais seria pacífico.
E tal constatação me fez concluir, agora com certeza, que minha vida havia realmente voltado ao normal.

Metade da segunda aula. Física. Uma professora de 45 anos toda esticada pelas sucessivas cirurgias plásticas e com menos roupa do que eu, no maior estilo brotinho, tentando enfiar na cabeça de seus alunos ainda sonolentos algumas fórmulas sobre elétrica. Duas palavras: não, obrigada.
Eu rabiscava incessantemente em meu caderno, imaginando que espírito havia se apossado de minha mão para mantê-la tão inquieta. Primeiro, fiz cubos deformados devido à minha incapacidade de desenhar algo que prestasse. Depois de uns vinte desses nas bordas da folha, acabei desistindo de formas geométricas e comecei a esboçar um olho gigante no centro. Enquanto arrumava alguns detalhes de seu contorno, tentando ignorar a voz irritante da professora esbravejando as fórmulas na frente da classe, me lembrei do dia em que li num site sobre o significado dos rabiscos que as pessoas fazem quando estão distraídas, e que podem às vezes transmitir seus sentimentos. Olhos e cubos, pelo que eu me lembrava, representavam uma situação na qual a pessoa está frente a frente com uma decisão importante ou um fato decisivo, e não quer ou tem medo de encará-la. Revirei os olhos pela futilidade desse tipo de análise, e repeti mentalmente as mesmas duas palavras: não, obrigada.
Até que meu olho estava indo bem, mesmo com o fato de minha habilidade artística ser uma merda, mas foi inevitável não pular na cadeira e tremer meu traço quando o celular vibrou dentro do bolso da calça. Só podia ser Hazza. Aleluia.
Pedi à professora para ir ao banheiro, e ela mal me olhou, compenetrada demais em supostamente ensinar os poucos alunos interessados a aplicar suas fórmulas ridículas de tão fáceis. Saí quase que correndo da sala, e assim que fechei a porta atrás de mim, atendi à chamada, sem nem olhar para o número.
- (Seu apelido)? – a voz de Hazza emanou do aparelho sem que eu nem precisasse dizer nada, e um sorriso aliviado surgiu em meu rosto.
- Oi, amor – respondi, caminhando lentamente em direção ao banheiro – Como você tá? Já voltou do hospital? Foi tudo bem? O que te disseram lá?
- Calma, uma coisa de cada vez – ele riu, e eu não pude deixar de imitá-lo de um jeito nervoso, só então notando minhas perguntas afobadas – Eu estou bem, já estou em casa, foi tudo bem por lá, mas... Eu tenho uma notícia não muito agradável.
- Desde que você não fique desse jeito pra sempre, ou por muito tempo, não vejo nada que possa ser tão ruim – adiantei ansiosamente, desistindo de chegar até o banheiro e me apoiando na parede ao lado de uma sala de aula qualquer.
- Segundo o médico, eu vou voltar ao normal em breve, não se preocupe com isso – Hazza disse, com a voz levemente divertida, e o alívio cresceu ainda mais dentro de mim – O problema é que eu vou precisar de cinco dias de descanso para isso. E quando eu digo descanso, estou dizendo que não poderei ir à escola. Ou seja... Não vou poder te ver.
Meus olhos, que observavam o corredor deserto, despencaram até encontrar meus próprios pés após aquela notícia. Cinco dias sem Hazza, ainda mais agora, que eu precisava dele como nunca para me manter firme em minha decisão e não me deixar abater, seriam quase uma eternidade.
Mas tudo bem. Eu era forte o suficiente para agüentar, certo?
Respirei fundo, me preparando para dizer que não me importava e que havia grandes chances de sobrevivência para mim, mas antes que eu pudesse abrir a boca, a porta da sala da qual eu estava praticamente ao lado se abriu, e o professor Horan irrompeu dela, quase trombando comigo ao fazê-lo. Seu jaleco absurdamente branco, em contraste com sua roupa preta, esvoaçou escandalosamente devido ao seu movimento brusco para frear e não tocar em mim, ao contrário de seus olhos, que se depararam com os meus carregados de uma surpresa assustada. Senti que fui atingida por uma nuvem de seu perfume assim que ele freou bem perto de mim, e para o meu próprio bem, tentei não respirá-lo. Em vão, claro, porque quando finalmente consegui bloquear minhas vias respiratórias, já havia inspirado o suficiente para que aquele cheiro viciante dominasse meus pulmões por completo. Como eu era idiota.
Niall não disse nada (e eu não esperava que ele o fizesse, ainda mais vendo que eu estava falando ao celular), e apenas continuou bruscamente seu caminho até as escadas, descendo-as velozmente e me deixando desnorteada. Eu tinha um certo problema com proximidade exagerada, em especial quando a pessoa desconfortavelmente próxima era ele; era como se eu fosse um aparelho eletrônico que sofresse interferência diante de seu corpo e ficasse todo desregulado.
- Eu sei que a notícia não é nada boa, mas também não precisa ficar nesse silêncio fúnebre – Hazza murmurou, com um certo humor na voz, e eu acordei de meus devaneios. Nota mental: dar um jeito nessas minhas viagens na maionese pós-Horan.
- Ah, não, eu... Eu vou ficar bem, não se preocupe – falei, tentando não parecer tão afetada pela breve presença de Niall – Descanse bastante e fique bem logo, é só o que eu quero que você faça.
- Pode deixar, eu vou fazer – ele sorriu, ainda falando um pouco baixo, e diminuiu ainda mais o volume de sua voz ao continuar – Vou morrer de saudades.
Fechei os olhos e mordi meu lábio inferior, sentindo meu coração finalmente dar seus primeiros sinais de normalidade após o momento relâmpago de adrenalina, e respirei fundo antes de respondê-lo, sendo tão sincera com ele quanto eu não me lembrava de ter sido por muitas vezes.
- Eu também.
- Eu amo você – Hazza sussurrou, e mesmo mal conseguindo ouvir sua voz, soube que ele estava sorrindo ao falar.
- Volte logo... – cochichei, abrindo os olhos novamente, e soube que não era preciso repetir suas palavras para que ele entendesse que eu sentia o mesmo. Hazza desligou logo em seguida, e mesmo após o fim da chamada, mantive meu celular próximo de minha orelha, com duas últimas palavras presas em minha garganta. Mesmo sabendo que ninguém as ouviria, minha alma precisava que eu as dissesse, consumida por toda a agonia que eu guardava dentro de mim, e assim eu o fiz.
- Por favor.

- Baile de primavera?
Empaquei diante do grande e colorido cartaz afixado numa das paredes do pátio, após ler as três palavras que apareciam em seu título.
- Nossa, só agora você reparou nisso? – Eleanor perguntou, surpresa com meu choque – Está aí há umas duas semanas, pelo menos.
Impossível. Essa era a palavra que ecoava em minha cabeça, como uma sirene de ambulância. Era absolutamente impossível que aquele cartaz estivesse ali há duas semanas. Como eu poderia ter passado por ele durante quase dez dias e não o ter visto? Quer dizer... Uma coisa tão divulgada como um baile de primavera deveria ter saltado aos meus olhos, certo? Olhei em volta, caçando outros cartazes, e não precisei ir muito longe para encontrá-los. E não foram poucos. OK, talvez eu tenha andado preocupada demais com conflitos internos para reparar neles. Eu nunca reparo em nada que acontece naquela escola mesmo, a não ser que envolva pessoas de meu interesse.
- Um baile de primavera? – repeti, ainda incrédula, e só então meus olhos se dirigiram à data do evento – Nesse sábado?
– Isso mesmo, (S/N), um baile de primavera – Eleanor bufou, revirando os olhos e me puxando pela mão até o lugar onde costumávamos ficar durante todos os intervalos - Para pessoas sociáveis interagirem e se divertirem, o que não costuma se aplicar a nós, pelo menos não no meio dessa gente.
- Se ser sociável é ser fútil que nem a Smithers e as outras meninas dessa escola, nunca quero deixar de ser anti-social – falei, e ela concordou com um aceno de cabeça – Na verdade, nem sei por que fiquei tão afetada com esse baile... Não vou participar mesmo.
- Nem eu – Eleanor deu de ombros – Você podia dormir lá em casa, né? A gente comprava barras de chocolate e passava a noite falando de homens bonitos... O que acha?
- Eu topo, mas prefiro que seja lá em casa – assenti, me lembrando de minha mãe e da saudadezinha que eu já estava sentindo dela, assim como de meu quarto, meu reino sagrado, meu santuário imaculado e todos os outros nomes religiosos que você pode imaginar – Já passei muitas noites fora de casa ultimamente.
- Tenho certeza de que nossa noite vai ser muito mais divertida do que a desse povo fútil – ela disse, convicta, e eu ri de sua expressão convencida – Falando em futilidade, acabei de me lembrar de que preciso pegar o livro de geografia para a próxima aula... Vem comigo até meu armário?
- Claro – respondi, rindo novamente de seu comentário sobre geografia e futilidade, opinião com a qual eu concordava plenamente, levando-se em consideração que nosso professor era ninguém mais, ninguém menos que Christopher Hammings.
Chegamos rapidamente ao armário de Eleanor, e assim que ela o abriu, um pedaço de papel caiu de dentro dele. Ela franziu a testa, desconfiada, e pegou o papel do chão, lendo seu conteúdo logo em seguida. Seus olhos se arregalaram após ler o curto texto escrito no bilhete, e vendo que ela estava paralisada diante do que lera, arranquei o papel de sua mão, curiosa.

Estou em Londres, e doente de saudades de você. Use o vestido mais bonito que tiver, porque na noite de sábado, você vai ser minha. E se já tiver um par, aconselho que dispense o idiota, a menos que ele queira perder alguns dentes. E.

Não consegui dizer nada; apenas olhei para Eleanor, que se mantinha imóvel, tão em êxtase quanto eu. Ambas sabíamos muito bem quem havia escrito aquele bilhete, mas a surpresa era grande demais para termos qualquer tipo de reação.
- (S/N)... – ela murmurou após alguns segundos de silêncio, me encarando com um misto de medo, surpresa e insegurança no olhar – Eu conheço essa letra como a palma de minha mão... É a letra do...
- Ewan! – completei, perplexa, percebendo que ela havia deixado a frase inacabada.
Ewan era o ex-namorado de Eleanor, que havia se mudado para Oxford no final do ano anterior. Apesar de ter sido ela quem decidira terminar com o namoro ao invés de tentar um relacionamento à distância, eu sempre soube que Eleanor ainda cultivava sentimentos em relação a ele, e que fizera aquilo para evitar os aborrecimentos que um namoro distante pode trazer. Ewan, mesmo sendo totalmente apaixonado por Eleanor, o que ela correspondia à altura, percebeu que aquilo seria o melhor para os dois e se contentou em apoiar sua decisão, o que só aumentava minha vontade de vê-los juntos outra vez. Eles eram simplesmente o casal mais fofo que podia existir na face da Terra, fato.
Um sorriso empolgado surgiu em meu rosto. Já havia passado da hora de algo revigorante animar a vida de Eleanor, e nada poderia ser melhor do que uma visita de Ewan. E, pelas claras intenções dele, ele não estava vindo para brincadeira; ela parecia saber disso muito melhor do que eu, pelo jeito que suas mãos começaram a tremer.
- E agora, Eleanor? – perguntei, observando-a pegar o bilhete de minhas mãos e relê-lo com ansiedade – O que você vai fazer?
- Eu não faço a menor idéia! – ela quase exclamou, nervosa, e por um momento eu pensei que seus olhos fossem saltar de suas órbitas – Você acha que... Que eu devo ir ao baile com ele?
- Lógico que deve! – concordei, assentindo vigorosamente, e ela ergueu os olhos do papel para mim, aflita – Seja lá como ele conseguiu colocar esse bilhete dentro do seu armário, duas coisas são certas: ele está aqui, e obviamente espera uma resposta sua! Então, pelo amor de Deus, ligue pra ele o mais rápido possível e diga que sim!
- Ele está aqui, (S/N)... Ele está aqui, em Londres, perto de mim outra vez – ela murmurou, respirando fundo e pressionando o papel contra o peito, e eu pude ver que seus olhos estavam ficando ligeiramente úmidos – Você sabe o quanto ele me faz falta.
- Aawn! – sorri, abraçando-a com força e sem conseguir disfarçar minha empolgação – Vai dar tudo certo, você vai ver.
- Tomara – ouvi Eleanor suspirar, retribuindo meu abraço, e logo em seguida, o sinal tocou, anunciando o término do intervalo.
Ainda assimilando a surpresa de Ewan, voltamos às nossas classes, com sorrisos de orelha a orelha estampados em nossos rostos. E durante o resto das aulas, me peguei imaginando o reencontro dos dois, e surpreendentemente me esquecendo de meus próprios problemas. Era impossível não sorrir ao visualizar Eleanor e Ewan juntos novamente, e tal visão me transmitia uma certa dose de tranqüilidade, anulando um pouco a tensão que me rondava. De vez em quando, coisas boas ainda me aconteciam, mesmo que indiretamente, o que me fez pensar que talvez nem tudo estivesse tão perdido assim para mim.
Na hora da saída, a mãe de Eleanor já a esperava, e só tivemos tempo de nos despedir com sorrisos eufóricos no rosto. Já minha mãe, pontual como sempre, ainda não havia dado sinal de vida, e eu me conformei em esperá-la, sentada na mureta em frente ao colégio. Alguns minutos depois, minha visão da rua foi bloqueada por uma coisa loira e artificial, que eu nem precisei examinar muito para reconhecer: Kelly Smithers. Ignorei o fato de que ela tinha outros milhares de lugares para ficar, mas tinha escolhido justo o ponto que me impedia de ver os carros que chegavam, e apenas suspirei, decidida a não me deixar irritar por razões bobas. Se eu continuasse daquele jeito, acabaria ficando com rugas, e Kelly com certeza não era importante o suficiente para ser um dos motivos delas.
Ou talvez fosse.
- Ei, Niall! – ouvi sua voz de atriz pornô chamar, e instintivamente meus olhos se fixaram nela, que acenava em direção à saída do colégio – Vem cá!
Não demorou muito e Niall apareceu, parando bem em frente a ela e a uma distância relativamente pequena de mim, o que me permitia ouvir toda a conversa.
- Sim, senhora – ele disse, sorrindo de lado, e a mesma raiva que senti no dia anterior voltou a borbulhar em minhas entranhas, fazendo com que minhas mãos involuntariamente se fechassem em punhos.
- Já tem par pro baile de sábado? – ela murmurou, encarando-o com seus felinos olhos verdes e enrolando uma mecha de seu cabelo loiro oxigenado no dedo indicador.
Me recusei a continuar observando aquela cena deplorável praticamente no meio da rua. Sinceramente, de onde aquela biscate havia saído? De um filme pornô desses do tipo colegial? Sério, que ódio que eu sentia daquela vaca. Não que eu ligasse pro homem que ela estava seduzindo, até parece que eu tinha algum tipo de ciúmes do Horan, mas era repugnante ter que assistir às suas técnicas sujas e saber que, mesmo sendo tão exageradamente promíscua, ela costumava conseguir o que queria.
- Já – ele respondeu, sem se desfazer de seu sorriso, e ao ver que Kelly havia adotado uma expressão chateada, completou sua frase – Você.
Ela ergueu as sobrancelhas por um momento, surpresa com a brincadeira dele, e logo em seguida voltou a sorrir daquele jeito nojento. Alguém tem uma metralhadora pra me emprestar?
- Quem disse que eu quero ir com você? – ela perguntou, cerrando os olhos de um jeito supostamente provocativo, mas que do meu ponto de vista, só a tornou ainda mais depravada.
- Sua testa – Niall falou, e pode ter sido só impressão minha, mas parecia haver alguns traços de tédio em seu rosto – Está escrito nela.
Foi impossível controlar o riso depois daquele fora simplesmente épico, mas eu me esforcei em engolir minhas gargalhadas, processo que, apesar de exigir muito autocontrole, felizmente não chamou muito a atenção das pessoas. Se havia algo que me fazia rir, era ver Kelly levando algum fora; funcionava melhor que qualquer filme de comédia.
- Tem certeza de que é só isso que está escrito? – ela murmurou, lançando olhares discretos para os lados, certificando-se de que quem estava por perto não a ouviria (o que não adiantou nada, porque eu li seus lábios) – Quer chegar mais perto para ler o resto?
Meu queixo caiu até bater no chão com aquele absurdo. Eu realmente viveria muito melhor sem ter ouvido uma cantada tão barata como aquela. Era muita sem-vergonhice mesmo, francamente. Pensando melhor, matá-la com uma metralhadora seria delicadeza demais... Atirá-la num tanque de ácido sulfúrico e observar o efeito desse ato me parecia uma idéia muito mais atraente.
- Guarde seu lixo sonoro para o fim de semana, Smithers – Niall sorriu, e apesar de suas palavras rudes, vi que ele a encarava com um olhar que eu (infelizmente) conhecia bem: um olhar cheio de luxúria, que tirava o fôlego de qualquer mulher sem esforço algum. E que agora, só conseguia me causar nojo e ódio. Tá, e daí que não era só isso? O resto não interessa.
Uma buzina soou de leve na rua, e logo depois, ouvi uma voz familiar chamar meu nome. Subitamente alarmada, olhei na direção do som, desviando do bloqueio formado por Kelly, e vi o carro de minha mãe estacionado. Aliviada por finalmente poder ir embora dali, caminhei até o Land Rover, sentindo o olhar de Niall pesar sobre minhas costas durante o trajeto. Ao contrário dele, que grudou seus olhos em mim desde que ouviu minha mãe me chamar, não ousei olhar em sua direção, sentindo meu estômago revirar de nojo devido à ceninha patética entre ele e Kelly. Se era assim que ele queria se comportar, fazendo questão de jogar na minha cara que tinha várias outras garotas para colocar no meu lugar, ele que agüentasse as conseqüências de seus atos.
Afinal de contas, eu não estava dando a mínima para isso. Certo?



CONTINUA...

domingo, 23 de junho de 2013

Imagine Hot - Zayn Malik





Esse imagine e hot se não gosta de hot não leia , eu avisei
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Você e a sua amiga Ana estudavam com um menino lindo , maravilhoso e super gostoso , o nome dele e Zayn , ele não fazia ideia de que vocês gostavam dele , mas achava vocês duas muito lindas e gostosas também apesar de vocês não saberem disso , todos os dias na educação física ou ate mesmo na saída vocês ficavam olhando ele e apreciando aquele corpo delicioso que ninguém mais naquela escola jamais iria ter , um dia você e umas amigas suas ate entraram na sala dele na hora do recreio que não tinha ninguém e ficaram mexendo nas coisas dele e pegaram a agenda dele que tinha escrito o numero dele e o endereço , vocês ate vestiram o casaco dele e se sentiram no céu , aquele casaco tinha o cheiro dele e vocês amaram vestir ele , foi como ter o Zayn abraçado a vocês . Um dia depois da aula você e a Ana estavam no mundo da lua sonhando com ele ate que você tem uma ideia e fala pra ela
Vc – Ana eu tive uma ótima ideia amiga – fala acordando a Ana de seus sonhos
Ana – fala então – fala meio brava com você por ter tirado ela de suas fantasias com ele
Vc – nos vamos praticamente estrupar o Zayn – fala com uma cara de bandida
Ana – você ta loca , como que a gente vai fazer isso – fala gostando da ideia mas não acreditando
Vc – lembra que a uns dias atrás a gente roubou a agenda dele ? então la tem o endereço dele e o telefone da casa dele , nos vamos ligar pra casa dele , fingir que somo sei la uma tia e dizer que os pais dos pais do Zayn estão doentes e foram internados na Espanha e que eles precisam ir pra la urgente , ai quando eles saírem o Zayn vai fiar sozinho e então nos vamos entrar la de madrugada quando ele estiver dormindo e vamos amarrar as mãos e os pés deles e trancar a janela pra se ele gritar ninguém escute , e vamos acordar ele e tirar a roupa dele e vamos começar o nosso trabalho – fala já ficando toda exitada só de imaginar ele e você tranzando
Ana – mas isso e crime , a gente pode ser presa sabia – fala toda preocupada
Vc – só e crime se ele não quiser duvido que ele não vá querer e se ele não quiser uns anos na cadeia não vai ser tão ruim assim por ser consequência de ir pra cama com ele – falo discordando da Ana
Ana – pensando bem você esta certa , que tal amanha ? aproveitamos que amanha e sexta e podemos falar pros nosso pais que fomos fazer um trabalho na casa de uma amiga onde não tem sinal de telefone – fala já armando tudo na cabeça dela
Vc – então ta tchau – sua mãe chega pra te buscar na escola
Ana – tchau
No dia seguinte pareciam que as horas não passavam e vocês já tinham combinado tudo o que precisariam levar , cada uma levou a sua fantasia sexy e três camisinhas casa e mais uns brinquedinhos pra caso ele quisesse brincar com vocês . A aula acaba e vocês ligam pros pais dele e que disseram que iriam pegar o primeiro voo para a Espanha , quatro horas depois que eles saíram deixaram vocês vão pra casa dele e já era três da manha , vocês pegam uma chave que acham escondida em uma planta e entram sem fazer barulho chegaram no quarto dele e vocês tirou as algemas que você tinha comprado no sexshop , vestem a fantasia e sobem em cima da cama e ele acorda
Zayn – (s/n) Ana , o que estão fazendo no meu quarto e vestidas assim – falou assustado
Ele tava meio surpreso com a gente la mais dava pra ver o grande volume na cueca dele ( ele dormia só de cueca ) só de ver agente com aquelas roupas
Vc – zayn querido nos estamos para te estrupar – fala colocando seus seios mais perto do rosto dele
Ana – queira você ou não – fala indo junto comigo
Zayn – quem disse que eu não quero , sexo e uma coisa que eu não recuso , principalmente se for de duas gostosas que nem vocês – fala com uma cara de ‘’ vamos começar logo ‘’
Você sai da cama e pega um pano pra amordaçar ele
Zayn – não vai me soltar não e ? – fala querendo pegar em seus corpos gostosos
Ana – não , nos vamos te torturar – pega o pano e amarra na boca dele
Vocês começam a dançar pra ele e de vês em quando se abaixavam e beijavam a malikconda
Ele já tava ficando louco então vocês começam a tirar roupa e parece que a conda dele iria rasgar a cueca te tão exitado que ele tava
Vc – zaza eu vou te dar uma chance , se você não gritar muito eu tiro a sua mordaça ok ? – fala se esfregando nele
Zayn – huuhmm – ele diz como pano amarrado na boca
Você começa a rebolar em cima dele e a Ana vai ate a algema de uma das mãos dele e tira pra ele poder masturbar ela , a Ana geme e geme e o Zayn tenta não gemer mais as vezes escapava uns gemidinhos abafados e vocês estava quase la mais você e a Ana param e tiram a amordaça dele
Vc – você foi um bom menino e me obedeceu , então vou soltar você – fala abrindo as algemas
Zayn – tive uma ideia , vou chamar um amigo meu pra ficar com a Ana e você fica comigo pode ser ? – fala pegando o celular
Vocês duas – pode ! – falam super animadas
O amigo dele chamado Liam chega e vai pra outro quarto com ela e você e Zayn continuam , ele te joga na cama e te penetra rapidamente e começa devagar mais já acelera e vai te beijando e apertando seus seios e os dois não param de gritar ele percebe que você ia gozar então para e desce ate sua ‘’amiguinha’’ e começa a chupar e lamber e enfiar a língua em você e você geme , grita e se contorce toda na cama e goza na boca dele ele engole tudo
Zayn – delicia – fala engolindo seu gozo
Você desce ate o Zayn e coloca a conda dele na boca , mas não coloca tudo porque era muito grande , você fica chupando e lambendo ate que ele goza em seus peitos ele lambe seus peitos e depois te beija fazendo com que você sinta o seu gosto , vocês deitam um do lado do outro na cama e depois que suas respirações se acalmam vão ver o que a Ana e o Liam estavam fazendo , quando vocês entraram no quarto a Ana estava chupando a payneconda e mesmo sabendo que vocês estavam la ela não para e ele nem percebe vocês voltam pro quarto e dormem pelados um em cima do outro e tem uma amizade colorida por muitos e muitos anos e a Ana e o Liam resolvem namorar depois de duas semanas .


Fim.


Retirado de: http://directionernuncadeixedeimaginar.blogspot.com.br/