domingo, 27 de outubro de 2013

FanFic - Biology 2 Capítulo 2






 (Niall’s POV)


Soltei um suspiro cansado quando entrei no elevador, rapidamente apertando o botão no painel. Tive que fazer hora numa livraria enquanto o carro era revisado para a viagem da manhã seguinte e levei mais meia hora para finalmente me livrar do trânsito do horário de pico. Teletransporte, ainda te aguardo ansiosamente.
Esperei as portas se abrirem para poder me jogar no sofá e vegetar por alguns minutos, porém me surpreendi quando cheguei a um 23º andar totalmente escuro e vazio.
- (S/N)? - chamei, franzindo a testa ao deixar o elevador, e quase fiquei cego com a súbita iluminação do ambiente.
- Surpresa! - várias pessoas exclamaram em uníssono, surgindo de trás de todos os móveis com sorrisos nos rostos.
- Mas o que... - arfei, assustado, até que reconheci um rosto... E mais um... Espera aí.
- Ih, o velho travou. Alguém vai lá dar um tapa pra ver se volta a funcionar? - ouvi a voz de Brad, meu amigo desde os tempos de faculdade, dizer num tom divertido, e todos caíram no riso.
Era mesmo o que eu estava pensando?
- Peguem leve com ele, a culpa é minha! - (S/N) sorriu, saindo de trás do sofá e vindo até mim - Afinal, eu o mantive alheio a tudo isso, e muito bem por sinal.
- Metida! - Jules, a mulher de Brad, gritou, e (S/N) deu língua para ela enquanto algumas risadas voltavam a ecoar pelo apartamento. Eu ainda estava confuso demais para esboçar reação.
- Niall? - (S/N) murmurou com um sorriso - Está tudo bem?
- Você... Vocês armaram isso pra mim? - gaguejei, completamente surpreso, e recebi acenos positivos como resposta - Mas... Eu nem desconfiei de nada!
- Esse é o objetivo de uma festa surpresa, oras - Brad revirou os olhos - Como te deixaram ser professor um dia?
Lancei-lhe um olhar cético ao ouvir risos novamente e não consegui evitar me juntar a eles.
- Vocês me pegaram - assumi, impressionado com a quantidade de rostos familiares ao meu redor, e voltei a olhar para (S/N) - Principalmente você, sua pestinha.
Ela fez uma reverência, sorrindo orgulhosamente do sucesso do plano.
- Tá, agora que você chegou podemos beber, o que significa que você já não é mais o centro das atenções da festa - Brad brincou, me olhando com desdém por um momento antes de rir e me receber decentemente - Parabéns, cara.
- Vai ter troco, pode anotar - prometi, apontando para ele e depois para Jules, que veio me abraçar logo em seguida.
A partir daí todos vieram me cumprimentar, e de repente eu fui engolido por um bando de amigos que eu via quase sempre e outros que não via há anos, o que rendeu bons minutos de conversas. Somente quando enfim consegui atravessar a sala me dei conta de que estava faltando o abraço de alguém.
Olhei ao redor e encontrei (S/N) rindo numa conversa com Eleanor, Ewan e Joshua, um amigo que trabalhava com organização de eventos. Por sorte ela olhou na minha direção poucos segundos depois, permitindo que eu pudesse chamá-la discretamente. Segui até o quarto e esperei que ela entrasse atrás de mim.
- O que foi? Algo de errado? - ela perguntou, atenciosa.
- Sim - respondi com o semblante sério, puxando-a pela cintura - Eu não te beijei ainda.
(S/N) sorriu quando aproximei meu rosto do dela, e levou suas mãos ao meu pescoço, deslizando suas unhas por minha nuca num carinho aconchegante. Mantendo seu corpo grudado ao meu, iniciei um beijo intenso, porém bastante calmo para nossos padrões. Ela correspondeu com vontade, descendo suas mãos por meus ombros e peito enquanto eu seguia na direção oposta e subia por sua cintura. Partimos o beijo com um selinho demorado, ofegantes, e ela me deu um sorriso lindo, com os lábios avermelhados e o rosto bem próximo do meu.
- Você tinha razão - ela sussurrou, assentindo levemente - Está bem melhor agora.
- Obrigado por tudo isso - murmurei, roubando mais um selinho dela - Eu realmente não esperava.
- Jura mesmo? - ela sorriu, satisfeita – Foi tão difícil guardar segredo! Eu estava muito ansiosa.
- Preciso tomar cuidado com você... Está se saindo uma excelente atriz - cerrei os olhos, vendo-a morder o lábio inferior com falsa inocência – Daqui a pouco vai estar fingindo orgasmos ou algo parecido.
(S/N) jogou a cabeça para trás numa gargalhada, e eu prendi o riso.
- Se está com tanto medo disso, é melhor fazer sua parte direitinho – ela murmurou com um ar malicioso, brincando com a gola de minha camiseta – Você me ensinou a ser exigente. Agora aguente as consequências.
- A cada dia que passa você se revela uma aluna melhor – sorri, sentindo a empolgação do desafio me atingir. Ela sabia mesmo como me atiçar.
- Obrigado, professor – ela soprou, buscando minha boca com a sua e prendendo meu lábio entre seus dentes demoradamente. Fechei os olhos, desfrutando da provocação, e percebi que já estava ficando difícil conter os pensamentos impuros rodopiando dentro de minha cabeça.
Puxei seu corpo para mais perto do meu, ouvindo-a soltar um suspiro delicioso de aprovação. Tortura.
- Vamos voltar pra sala - ela sussurrou de repente, me dando um selinho rápido e afastando seu rosto logo em seguida - Não podemos deixar os convidados sozinhos.
Franzi a testa, ainda um tanto desnorteado.
- Claro que podemos - resmunguei, avançando para beijá-la, mas seu indicador sobre meus lábios frustrou meus planos.
- Mais tarde - (S/N) piscou, dando um sorriso maldoso – Agora... Pra sala.
Bufei, contrariado, e deixei que ela me arrastasse para fora do quarto, onde peguei uma cerveja e logo fui fisgado para uma conversa entre alguns antigos colegas de profissão.
A noite voou. Depois de algum tempo para que todos colocassem a conversa em dia e bebessem um pouco, alguém achou tequila no armário da cozinha e a diversão de verdade começou. Resultado: meia hora depois, a grande maioria – somente os motoristas continuavam sóbrios – estava bêbada. Incluindo (S/N).
- Tem alguma coisa muito errada com você! - Dustin, irmão de Jules, exclamou com um riso indignado ao vê-la comemorar por ter virado um shot mais rápido que ele.
- Eu tenho mandíbula de cobra! – ela riu, e quase tropeçou nos próprios pés ao dar um rodopio. Sorte dela que eu estava por perto para segurá-la.
- Chega de álcool por hoje, você já bebeu muito – falei, tentando parecer autoritário diante da gargalhada bêbada dela, e aproveitando-me da distração dos outros, sussurrei em seu ouvido – Além do mais, eu quero você bem lúcida pro nosso mais tarde.
- Oh, sim – ela cochichou, como se fosse um segredo super secreto, tornando minha tarefa de não rir ainda mais difícil – Pode deixar.
A partir dali, não demorou muito para que o nível de sonolência começasse a se tornar insuportável e aos poucos todos fossem embora, alguns carregando outros, alguns sendo carregados. Brad e Jules foram os últimos, já que insistiram em me ajudar a arrumar a bagunça na sala e cozinha. (S/N), já um pouco menos alterada, tentou me impedir de participar da organização, mas desistiu de resistir quando percebeu que seria inútil.
Assim que a porta do elevador se fechou, deixando-nos finalmente sozinhos, soltei um suspiro de alívio. A porção moderada de álcool em minhas veias também estava me deixando sonolento, mas não a deixaria me derrotar. Afinal, eu ainda tinha assuntos pendentes a resolver.
- E então... - falei, virando-me para (S/N), e ergui uma sobrancelha – Já está tarde o suficiente para o mais tarde?
Ela deu de ombros, disfarçando um sorrisinho.
- Isso só depende de uma única coisa... – ela respondeu, tirando os sapatos devagar – Do quão rápido você conseguir me pegar!
Com uma gargalhada, ela saiu correndo sem aviso prévio, rumo ao interior do apartamento. Surpreso, corri atrás dela, sentindo uma leve tontura devido ao álcool que insistia em me atordoar, até as escadas. Não sei como ela conseguiu subir aqueles degraus tão depressa sendo que mal conseguia ficar de pé algum tempo atrás, mas ela o fez. Deus abençoe o metabolismo rápido dos dezoito anos.
Percebendo que eu não estava muito longe, ela soltou um grito desesperado digno de filme de terror, e acelerou na direção da área externa. Quase dei de cara com a porta ao passar, e quando finalmente a encurralei na borda da piscina, ela esperou que eu a abraçasse pela cintura para se jogar na água, me levando junto.
- Você achou que eu não pularia, não é? – (S/N) riu, assim que minha cabeça emergiu e eu finalmente consegui respirar direito.
- E por acaso eu tive tempo de achar alguma coisa? – retruquei, tossindo um pouco – Mas pelo menos eu te peguei.
- Claro que não! Eu deixei! – ela reclamou, indignada, jogando água em meu rosto – Eu ganhei, Horan, aceite isso!
- Pra sua informação, esse foi só o primeiro round – falei, avançando na direção dela rápido demais para que ela pudesse fugir, e a prensei contra uma das beiradas da piscina – E eu acho que tivemos um empate.
Ela me deu um sorriso contrariado, analisando minha versão dos fatos com um aceno discreto de cabeça, e seu veredicto não demorou a sair.
- Tudo bem... Mas saiba que eu não estou disposta a facilitar pra você de novo.
- Você não costuma facilitar muito as coisas pra mim... – soprei ao pé de seu ouvido numa risada rouca, levando minhas mãos até suas costas lentamente – Ficar perto de você sem perder o controle já é difícil, e você ainda me provoca...
Dei um beijo demorado em seu maxilar, trazendo minha mão para sua nuca e prendendo algumas mechas de seu cabelo entre meus dedos. Senti seu corpo se encolher de leve quando minha outra mão puxou seu vestido para cima, ao mesmo tempo em que eu misturava nossas pernas. A água gelada era mais um motivo para que buscássemos o máximo de contato físico.
- Não se faça de coitado, eu também sofro na sua mão – ela riu baixinho, deslizando as mãos por meu tronco com a respiração fraca – Acho que temos um empate no quesito provocação também.
Afundando as pontas de meus dedos na pele de sua cintura, desci meus lábios por seu pescoço, empenhado em enlouquecê-la antes de mim, o que eu sabia que não funcionaria tão bem quanto o esperado. Ela estava apenas desfrutando de minhas provocações, sem exatamente corresponder, mas ainda assim era como se ela me excitasse por simplesmente me deixar tocá-la. Seu perfume fazia minha mente girar numa velocidade alucinante, como uma droga, e ver o tom avermelhado de sua pele respondendo às minhas carícias só me fazia querê-la mais e mais. Às vezes eu me perguntava como não a machucava. Ela parecia sempre tão jovem e sensível...
Minha respiração tornou-se pesada rapidamente conforme minha boca viajava por seu pescoço. Baixando o rosto devagar para atrair minha atenção, ela capturou meus lábios com os seus e iniciou um beijo intenso, no qual nossas línguas travavam uma luta sem regras. Trouxe meu polegar para seu rosto, determinado a provar que era possível aprofundar ainda mais aquele beijo, e consegui. Seus dedos gelados iniciaram caminhos por meus braços, deixando rastros ferventes por onde passavam, até atingirem meus ombros e darem lugar para seus braços, que o envolveram sem pressa. Enroscando seu indicador em meu cabelo, ela partiu o beijo por um momento para que ambos pudéssemos respirar um pouco, e sussurrou:
- Estou morrendo de frio!
Concordei com um risinho, e olhei rapidamente para o interior do apartamento.
- Estamos molhados... Nossas roupas vão encharcar o chão – observei, tentando encontrar uma solução prática, mas não precisei me esforçar muito. Ela já tinha a solução.
- Não precisamos entrar com as roupas.
Ergui as sobrancelhas, compartilhando um sorriso divertido, e deixei que ela saísse da piscina para então segui-la. Ao chegar à porta, ela tirou o vestido sem a menor cerimônia e correu para dentro.
- Vem! – ela chiou, abraçando o próprio corpo, e eu me desfiz da camiseta, calça, sapatos e meias. Mal havia terminado, ela me puxou para dentro e me abraçou, tremendo de frio.
- Sua fracote – brinquei, cambaleando com ela pelo pequeno corredor até chegarmos à sala (fazendo uma pausa supersônica no banheiro para pegar algumas camisinhas). Com um sorriso sapeca, ela se sentou no tapete e me puxou consigo, rapidamente colocando uma perna de cada lado de meu corpo.
- Quem é fracote agora? – ela riu contra meus lábios antes de me roubar um beijo, e eu não hesitei em correspondê-lo, explorando suas coxas nuas com urgência. As mãos dela passeavam por meus cabelos, bagunçando-os e puxando-os sem qualquer pudor, e agora que as roupas e a água não nos atrapalhavam mais, cada toque parecia muito mais intenso, contribuindo para que rapidamente nossas poucas peças de roupa se tornassem um incômodo.
Pressionei seu corpo sobre o meu, segurando seus quadris, de forma a mostrá-la o quanto exatamente eu estava excitado. Ela soltou um gemido quase inaudível ao sentir minha ereção cada vez mais evidente, e um sorriso metade maldoso, metade satisfeito surgiu em seu rosto.
- Não adianta reclamar... Eu disse que não seria fácil – ela soprou em meu ouvido, arranhando meus ombros lentamente a cada palavra. Fechei os olhos ao sentir seu corpo relaxar em meu colo, aumentando a pressão sobre meu membro, e aos poucos ela iniciou um movimento de vai e vem que provocava uma fricção dolorosamente deliciosa. Com um palavrão baixo, afundei meu rosto na curva de seu pescoço e inconscientemente comecei a me mover com ela, como se as roupas mal estivessem ali ainda. Soltando o ar ruidosamente contra sua pele, deixei que ela deslizasse minhas mãos por suas costas até atingir o fecho do sutiã, e antes que eu pudesse ver o que havia feito, ele já estava longe dali.
Ela estava totalmente no controle. E eu não estava exatamente reclamando... Mas tinha que tomar uma atitude. Afinal, tínhamos um empate a decidir.
Por isso, não hesitei em levar uma de minhas mãos até sua barriga e rapidamente deslizar meus dedos para dentro de sua calcinha.
(S/N) sibilou ao sentir meu toque, e eu pude desfrutar de seu colo quando jogou a cabeça para trás. Brinquei com um dedo em sua entrada, sem pressa, enquanto meu polegar estimulava seu clitóris. O calor que emanava de dentro dela me causava arrepios, eu adorava aquela sensação; era como uma forma explícita de sentir o que ela sentia, e somar tudo isso ao que se acumulava dentro de mim.
- Niall... – ela suspirou, voltando a me olhar com as bochechas rosadas, e o desejo repuxou os cantos de meus lábios para cima diante daquela visão. Nos beijamos mais uma vez, sem nos preocuparmos com qualquer tipo de delicadeza, e eu escorreguei dois dedos para dentro dela, sentindo suas paredes se contraírem em volta deles conforme suas costas se arqueavam e suas pernas ficavam rígidas. Ela cravou as unhas em meus bíceps, respirando contra meus lábios, e eu me controlava para não acabar logo com aquilo a cada gemido que ela soltava. Empatados novamente.
- Você quer mais? – provoquei com a voz falha, notando sua reação agressiva ao curto alcance proposital de meus dedos e me divertindo com minha vantagem – É só pedir.
- Eu quero... Isso – ela arfou, rapidamente descendo suas mãos até a barra de minha cueca, capturando meu pescoço com seus lábios ao abaixar seu tronco. Respirei fundo ao sentir as pontas de seus dedos tocarem minha virilha, me arrepiando com a expectativa, até que sua mão o envolveu, com um leve carinho de seu polegar. Sentindo-o bastante duro, os dedos dela se fecharam, exercendo uma pressão que fazia as veias de meu pescoço saltarem, e iniciaram movimentos vagarosos. Me concentrei na parte de mim que estava dentro dela enquanto meu lóbulo era caprichosamente sugado, e meus olhos se reviraram com seu toque sutil em meu abdômen, passeando sobre meus músculos tensos.
- Assim você vai estragar toda a diversão – avisei após alguns minutos, com o que restava de oxigênio em meus pulmões, sentindo uma fina camada de suor recobrir nossos corpos. Com uma trilha de beijos, ela chegou até minha boca e mordiscou meu lábio inferior antes de responder:
- Então me impeça.
Você está perdendo, Horan. Hora de virar o jogo.
- Você sabe mesmo com quem está mexendo, não é? – murmurei com um sorriso sujo, recebendo um igualmente impuro em resposta – Como queira.
Puxei seu rosto para perto do meu, sem beijá-la, e acelerei os movimentos de meus dedos, atingindo fundo nela. Travei meu maxilar ao ver o prazer em seu rosto, juntamente com o movimento de seu quadril contra minha mão. Esperei até que o choque inicial passasse, e engolindo os gemidos que se aglomeravam em minha garganta, ordenei:
- Agora seja uma boa menina e me ajude aqui.
Com a mão livre, tateei pelo tapete até encontrar a pequena embalagem, e tomando cuidado para não danificar o preservativo, rasguei o plástico externo com os dentes, estendendo-o a ela. Respirando fundo, ela se forçou a seguir minhas ordens, e com um pouco de dificuldade, concluiu sua tarefa. Sentindo que ela estava perto de um orgasmo pelas contrações internas de seu corpo, prossegui.
- Tire a calcinha.
Num movimento brusco e um certo contorcionismo, ela me obedeceu, e sem que eu precisasse pedir, fez o mesmo com minha cueca, recebendo minha ajuda. Intensifiquei meu trabalho, ajudando-a a atingir seu ponto máximo em pouco tempo, e retirei meus dedos úmidos de dentro dela, deslizando-os suavemente por entre seus seios para que minha língua provasse de seu orgasmo logo em seguida ao passear por sobre a pele da região. Com um suspiro profundo, ela demonstrou sua aprovação. Empate.
- Você me deixa louca – ela sussurrou perto de meu ouvido, alisando meus ombros com as mãos espalmadas, e sem aviso empurrou meu tronco para baixo, me fazendo deitar no tapete – Hora de retribuir o favor.
Movendo sua pélvis sobre a minha, ela me posicionou em sua entrada, e cobrindo minhas mãos com as suas, desceu devagar, permitindo que eu a invadisse aos poucos. Uma onda de calor percorreu meu corpo ao nos encaixarmos, arrancando grunhidos baixos de minha garganta e enrijecendo meus músculos. Nossos dedos se entrelaçaram conforme ela continuou se movendo, permitindo que eu sentisse meu membro invadi-la por completo incontáveis vezes.
Por mais que eu pudesse enxergar tudo deitado, me senti muito distante dela, e após algum tempo preferi voltar a me sentar, podendo desfrutar do atrito irregular de seu tronco subindo e descendo rapidamente contra o meu. Ela trouxe seu rosto para perto de mim, apoiando-se em meus ombros, e eu lhe dei suporte com minhas mãos em sua cintura, ambos com rostos contorcidos e respirações irregulares. Um ardor gostoso indicava que as unhas dela haviam arranhado minha pele, sofrendo o impacto de nossos movimentos, tão rápidos que quase conseguiam superar a velocidade de nossos batimentos cardíacos frenéticos. Por entre minhas pálpebras quase fechadas, observei que ela mordia seu lábio inferior, tentando segurar seus gemidos sem muito sucesso, e a vermelhidão de sua boca, juntamente com o leve inchaço, só me ajudou a atingir meu limite. Eu era um amante dos detalhes, e todos os dela me enlouqueciam.
Ainda estávamos empatados, mas eu estava prestes a anunciar minha rendição.
- Eu não vou agüentar muito mais – arfei, respirando com dificuldade.
- Não precisa me falar – ela respondeu num sussurro, e aproximando sua boca da minha, completou sua frase – Só faça.
Ligeiramente trêmulo e com muita adrenalina correndo em minhas veias, me desfiz da tensão que ajudava a me conter, sentindo uma resposta imediata de meu corpo através de uma explosão de torpor que durou alguns segundos. Investi pela última vez, apoiando minha testa em seu ombro e respirando fundo até ter fôlego o bastante para me mexer de novo. Também se recompondo, (S/N) acariciou minhas costas calmamente, em silêncio, até que eu a abracei pela cintura e a ouvi rir baixo.
- Feliz aniversário – ela murmurou, retribuindo o abraço em meu pescoço. Sorri.
- Eu te amo – falei com a voz serena, sem nem pensar antes. Só depois percebi o quão gay isso soou, mas eu estava exausto e minha cabeça estava cheia de pensamentos abominavelmente fofinhos, então não foi exatamente minha culpa.
- Que delícia ouvir isso – ela disse, manhosa – Eu também te amo.
- Eu sei que não falamos isso tanto quanto deveríamos... Desculpe por isso – continuei com um certo remorso, traçando linhas imaginárias em suas costas – Acho que o certo seria dizer pelo menos uma vez ao dia, e não ao mês...
- Eu não quero que você peça desculpas por isso – ela falou com autoridade, desfazendo nosso abraço para me olhar – É exatamente por não dizermos todo dia que valorizamos tanto quando dizemos. Fico feliz por não usarmos essa palavra como se fosse algo banal... É muito mais do que isso.
Meu sorriso, que antes havia se enfraquecido, voltou a se alargar, e o dela fez o mesmo. Nós realmente tínhamos algo único ali.
Gay de novo? Nem vem.
- Bom... Eu raramente uso essa palavra - comentei, erguendo uma sobrancelha com a expressão séria – E sempre é pra falar de você.
Ela fechou os olhos, dando um sorriso tímido.
- Eu sei que não somos exatamente um casal romântico... E isso é uma das coisas que eu mais adoro – ela suspirou, arrumando meu cabelo desgrenhado – Então nem pense em pedir desculpas de novo, entendeu? Senão eu vou ter motivos pra me desculpar depois que quebrar essa sua cara charmosa todinha.
Soltei uma risada curta, sentindo minhas pálpebras pesadas, e mais uma vez, uni nossos lábios.
Ela tinha razão. Podíamos não seguir certos padrões, mas éramos muito mais íntimos e apaixonados que muitos casais convencionais.
E ser convencional não era algo que estava em nossos planos.

- Tem certeza de que eu estou decente?
Revirei os olhos, fingindo que sua pergunta era digna de minha atenção. Era a sétima vez que ela repetia aquelas mesmas palavras.
- (S/N), você precisa se acalmar – falei, tentando não rir da agitação dela – Não tem nada de errado com a sua roupa, nem com o seu cabelo, nem com nada. Você está linda.
- Desculpe... Acho que eu estou um pouco nervosa – ela suspirou, ajeitando-se no assento do carro timidamente. Olhei para ela com as sobrancelhas erguidas.
- Está pronta? – perguntei, recebendo um aceno positivo dela, e assenti de volta, ligando o carro. Deixamos a garagem em poucos segundos, deparando-nos com um sol revigorante, apesar das baixas temperaturas. Tínhamos cerca de duas horas e meia de viagem pela frente, e como da última vez que viajamos para a casa de praia eu havia determinado a trilha sonora, dessa vez ela escolheu as músicas que ouviríamos durante o trajeto. Não me importei muito, já que ela parecia ter achado uma boa maneira de se distrair. Prendi o riso quando ela tentava alcançar as notas mais altas e soava bem... Diferente do esperado.
- Quem vai estar lá mesmo? – ela indagou do nada, observando distraidamente o encarte de um dos CDs. Franzi a testa tentando me lembrar de todos.
- Meus pais, meus tios paternos e maternos, meu primo gay, minha prima que é irmã dele, o filho dela e... Acho que só – dei de ombros, sem conseguir me lembrar de mais ninguém – São poucas pessoas. Nossa família não é grande, você não tem que ter medo de nada.
- Não estou com medo, só estou... Nervosa – ela corrigiu, mudando de música freneticamente até encontrar a que queria – É normal se sentir assim nessas situações.
- Eu só não quero que você se sinta diminuída diante deles de forma alguma – expliquei, vendo que ela erguera o olhar para mim – Eu sei que você não se deslumbra com dinheiro, mas não quero que se sinta intimidada por ele.
(S/N) desviou o olhar de mim e não respondeu de imediato. Percebi que havia tocado num assunto delicado.
- Eu só tenho dezoito anos, Niall – ela murmurou, com os ombros encolhidos – Sou só uma pirralha que mal começou a faculdade. Se eu fosse rica, pelo menos teria alguma coisa pra ostentar...
- Então você acha que o dinheiro nos atrapalha? – interrompi, inconscientemente apertando o volante com mais força – Acha que as pessoas vão olhar pra você e tudo o que verão será a namorada do cara rico? A aproveitadora?
- Não, claro que não! – ela exclamou prontamente, me olhando com incredulidade – Não é isso que eu tô dizendo! Eu jamais tocaria no seu dinheiro!
- Então por que você age assim? Ninguém tem que nos julgar por nada – falei, um tanto ríspido, sem olhar para ela – Enquanto dermos certo, ninguém precisa nos aprovar além de nós mesmos, e eu sei que você não é esse tipo de pessoa. Você está feliz comigo?
- C-claro – ela gaguejou, assustada com minha súbita mudança de humor.
- Eu também estou com você, e é só o que importa – rosnei, irritado - Não precisamos de ninguém apontando nossos defeitos. Droga, eu sabia que não daria certo trazer você.
Através de minha visão periférica, vi que seu rosto havia mudado de intimidado para magoado. Seu olhar caiu até seu colo, e um silêncio horrível caiu sobre nossas cabeças.
Exceto pela música.

Some people want it all 
(Algumas pessoas querem tudo) 
But I don't want nothing at all 
(Mas eu não quero nada) 
If it ain't you, baby 
(A não ser você, baby) 
If I ain't got you, baby 
(Se eu não tiver você, baby) 
Some people want diamond rings 
(Algumas pessoas querem anéis de diamante) 
Some just want everything 
(Algumas simplesmente querem tudo) 
But everything means nothing 
(Mas tudo significa nada) 
If I ain't got you 
(Se eu não tiver você) 

Fechei meus olhos por um momento, cheio de arrependimento, enquanto reduzia a velocidade e parava no acostamento. (S/N) nem se mexeu.
- (S/N), eu... Me desculpe – pedi, olhando-a com aflição – Eu me expressei mal.
Nenhuma reação. Continuei.
- Se você soubesse quantas vezes o fato de meu pai ter se dado bem na vida me deu dores de cabeça... Toda vez que eu tentava ter algo sério com alguém, a ganância sempre falava mais alto e eu tinha que voltar atrás. Sempre que eu levava alguém ao meu apartamento, eu sabia que não tinha mais chance de ter um relacionamento mais duradouro que uma noite. E você... Até nisso você me surpreendeu. Eu confio em você, sei que não está comigo para me dar um tipo de golpe ou algo parecido. Eu não quero que você mesma destrua isso, entende? Que você se sinta mal por achar que não tem nada a oferecer por ser muito nova ou por não ser rica.
Levei meu indicador até a base de seu queixo, erguendo seu rosto e virando-o na minha direção. Seus olhos brilhavam um pouco mais que o habitual, e eu me senti péssimo.
- Eu não quero alguém da minha idade, eu não quero alguém rico... Porque não seria a mesma coisa. Porque não seria você... Não seríamos nós. E eu gosto desse nós. Como eu nunca gostei de nada antes. E eu não quero perder isso logo agora que eu finalmente consegui... Agora que você finalmente está comigo.
Ela esboçou um sorriso tristonho, com os olhos fixos nos meus, e com a voz baixa, disse:
- Nem eu.
- Mal fiz 31 e já estou virando um velho ranzinza... Como você vai me suportar, (S/N)? – resmunguei de brincadeira, conseguindo arrancar um sorriso dela, e voltei a falar sério – Me desculpe mesmo... Eu não queria te magoar.
- Tudo bem – ela assentiu, sincera – Só preciso de um tempinho pra voltar ao normal.
- Eu vou ficar bem quietinho aqui, tá? – falei, me afastando dela o máximo que pude e vendo-a rir baixo – Não vou falar nada, só vou dirigir. Quando você ficar bem me avise e eu prometo que só vou falar de arco-íris, unicórnios e borboletas.
- Bobo – ela murmurou com olhos carinhosos, e eu não consegui evitar me reaproximar o suficiente para que nossos rostos ficassem a poucos centímetros de distância.
- Nada vai estragar nosso fim de semana – sussurrei, indeciso entre fitar seus olhos ou sua boca – Está bem?
(S/N) assentiu, me dando um lindo sorriso envergonhado, e eu a beijei delicadamente, o que era relativamente raro. O máximo de drama que tínhamos era discutir sobre o fato de que ela roubava o lençol inteiro para si quando dormíamos juntos... Aquilo era algo completamente diferente e assustador.
- Podemos continuar a viagem? – ela pediu, partindo o beijo não muito tempo depois de iniciado – Eu estou com um pouco de fome... E ansiosa para comer comida de rico.
Soltei uma gargalhada alta, voltando à minha posição normal no assento.
- Golpista! – exclamei, vendo-a cair no riso enquanto voltava a dirigir.



CONTINUA...

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