quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Imagine Longo - Who is my true love? ~Part: 8~





Z: galera eu acho melhor agente parar com esse jogo pq isso já está virando palhaçada!
R: claro que não agora que o jogo tá ficando bom! - Zayn fuzilou ele com os olhos pq ele sabia que Rafael estava se refendo ao nosso beijo. Rafael girou a garrafa e parou em Harry e Louis.
H: eai Boo Bear verdade ou desafio?
L: desafio.
H: desafio vc a beijar a Selena dentro da piscina.
S: oq? O desafio é pra ele não pra mim!
H: mais vc faz parte do desafio!
L: vamos fazer isso logo! - ele se levantou e Selena tbm, foram até a piscina e cumpriram o desafio!
S: eu não brinco mais disso! Vou subir e tomar um banho!
L: acho que eu tbm! Boa noite pra vcs! - eles subiram.          
Eu: eu tbm vou parar ds brincar ja perdeu a graça- me levantei e sentei no sofá.
N: então eu tbm vou! - ele tbm se levantou e se sentou no sofá
Z: todos vamos parar?
C: mais eu nem joguei ainda!
Eu: fica ai jogando com o Liam!
C: ai não vai ter graça.
Eu: então para de jogar! - todos pararam de jogar e subiram deixando na sala apenas eu e Zayn,  Niall estava no jardim.  Me levantei e fui até a varanda, e vi Niall deitado na grama,  fui até ele vi que ele estava dormindo, sentei ao seu lado e o observei.
Eu: Niall - sussurrei - Niall - sussurrei e cutuquei seu braço - Niall -  sussurrei de novo e ele foi abrindo os olhos de vagar - hey dorminhoco vem entrar já tá mt tarde!
N: ahh não
Eu: ahh sim! Já pra dentro mocinho!
N: ta bem mamãe! - rimos - fica um pouco aki cmg?
Eu: não Niall é melhor a gente entrar.
N: por favor...
Eu: tá bem eu fico mais só um pouquinho ok?
N: ok - deitei ao seu lado e ficamos vendo as estrelas o céu estava realmente lindo lotado de estrelas.





Depois de um tempinho vendo as estrelas vi que Niall tateava o chão com uma de suas mãos a procura da minha, entrelacei nossos dedos e vi um sorriso bobo em seu rosto e logo sorri tbm, ele virou pro meu lado e ficou me olhando ainda com seu sorriso bobo.

Eu: oq foi? - virei pro seu lado
N: nada. - ele ficou me olhando com aquelas lindas íris azuis dele. - eu te amo (seu nome)!
Eu: eu tbm te amo!
N: então pq vc não namora cmg?
Eu: vc sabe mt bem pq!
N: mais vc não me ama?
Eu: amo Niall e amo até demais!
N: então namora cmg por favor (seu nome)!                                          
Eu: por mais que eu queira eu não Posso!
N: pq?
Eu: vc sabe droga!
N: mais vc sabe que eu te amo mais que eles dois! Por favor namora cmg?
Eu: vc me irrita Niall! Merda! Vc sabe que eu não posso! - levantei e sai andando e ele levantou logo atrás de mim e me segurou pelo braço me fazendo virar para ele, me puxou e me beijou.



Hesitei um pouco mais logo cedi ele botou uma de suas mãos em minha nuca a pressionando, aprofundando mais o beijo, enquanto sua mão desocupada estava fortemente segurando minha cintura, minhas mãos foram parar entrelaçadas nos seus fios de cabelo, eu sentia os sentimentos dele através do beijo e sabia que ele me amava de verdade mais eu tenho medo de magoar o Niall e tbm tenho medo de magoar Zayn e Harry.
Nós separamos por falta de ar e ele ficou me encarando como se esperasse uma resposta.

Eu: me dá um tempo pra pensar?
N: eu espero o tempo que vc quiser! - sorri sem mostrar os dentes e ele tbm.
Eu: vamos entrar? está frio
N: vamos! tbm estou com frio - ele entrelaçou nossos dedos e fomos.



 Entrando dentro da casa de Zayn vi ele dormindo no sofá, ele é tão fofo dormindo :3




N: eu vou tomar banho.
Eu: ok - ele subiu e eu me joguei no sofá fiquei observando Zayn dormir até que escutei ele falando algo... pera o Zayn fala dormindo?



Z: amm... (seu nome) ohh - what? ele falou o meu nome? Fui até ele e percebi que o mesmo estava soando de cima a baixo e percebi que no meio de suas pernas tinha uma enorme ereção. OMG ele está tendo um sonho erótico? cmg?  
Eu: Zayn! - disse o balançando
Z: hmm oq? - ele disse acordando 
Eu: sabia que vc fala dormindo? 
Z: sério? Meu Deus! Oq eu falei? - disse sonolento
Eu: não queira saber    
Z: meu deus desculpa (seu nome)! Eu nem sei oq eu falei mais me desculpa! meu deus que vergonha.
Eu: heyy Zayn não se desculpe! Não foi sua culpa!
Z: mesmo assim me desculpa?
Eu: ok tá desculpado - baguncei seu cabelo - agora vai tomar um banho pq vc tá todo suado. - ele corou 
Z: ahh é - ele disse todo envergonhado                           
Eu: mais vai no banheiro daqui de baixo pq o Niall tá tomando banho lá em cima.
Z: ok - ele se levantou e foi tomar banho, fiquei um pouco ainda deitada no sofá, mais logo subi pra ver se Niall já tinha acabado o banho, passei pela porta do banheiro e estava fechada, Niall ainda devia estar no banho. Entrei no quarto que eu ficaria com as meninas mais o Louis e a Selena estavam dormindo lá, peguei minha mala/bolsa que estava no chão do quarto fui até o outro quarto e Liam e Cloe estavam dormindo lá então deduzi que no outro quarto estavam Rafael e Kate, então fui até o quarto de Zayn o Único que faltava e Harry estava dormindo lá igual a uma pedra, aff onde eu vou dormir? Ouvi a porta do quarto se abrir e vi Niall apenas de toalha secando os cabelos com outra, aii meu deus esse menino é um pedaço de mal caminho! estava me controlando pra não pular em cima dele agora.

N: oq está fazendo carregando essa mala? 
Eu: é que eu não sei onde eu vou dormir acho que vou lá pro sofá.
N: lógico que vc não vai pro sofá! Eu vou tirar o Harry dali. 
Eu: não, não deixa ele dormir coitado ele deve estar exausto, eu vou pro sofá.
N: então dorme cmg!
Eu: acho melhor não, onde vc vai dormir? 
N: aki mesmo mais num colchão de ar bem confortável e o Zayn tbm vai dormir aki mais como o colchão é bem grande acho que cabe nós três. 
Eu: então tá, bom eu vou tomar meu banho.
N: ok - peguei meu pijama que graças a Selena e a Cloe é minúsculo e fui pro banho, tomei um banho bem relaxante e longo depois daquela festa e de toda aquela bebida nem sei como não ficamos bêbados. Sai do banho e me vesti. 
Fui até o quarto e Niall e Zayn já estavam deitados. 

Eu: heyy não tem espaço pra mim ai!
Z: tem sim princesa! - ele disse se afastando um pouco abrindo um espaço no meio dos dois, fui até ele e me deitei no colchão no meio dos dois.

Eu: então boa noite pra vcs! - dei um beijo na bochecha de cada um.
N: boa noite princesa! dorme com deus. - ele beijou minha testa. 
Z: boa noite amor - ele me beijou na bochecha... e pera ele me chamou de amor? É isso mesmo?  
Eu: amor? 
Z: oq? não posso te chamar de amor?
N: não Zayn vc não pode! 
Z: cala a boca Niall! 
N: não calo não!
Eu: MENINOS PAREM COM ISSO!!! CALEM A MERDA DA BOCA QUE EU QUERO DORMIR!!! - os dois se calaram no mesmo momento e aí deles falarem alguma coisa. Me virei de costas para Zayn ficando de frente para Niall que me encarava com aqueles enormes olhos azuis, fechei meus olhos e tentei dormir. Depois de uns minutos senti alguém abraçar minha cintura era Zayn não esquentei com isso e tentei dormir de novo. Ele começou a fazer um carinho na minha cintura e continuei não esquentando abri um pouco os olhos e dei uma espiadinha, vi Zayn piscando para Niall e dando um sorrisinho tipo "vamos atacar" e aquilo me deixou intrigada, Niall direcionou seus olhos para mim e eu rapidamente fechei os meus ele depositou um beijo longo em minha testa e depois se aconchegou no travesseiro, já o Zayn colou seu corpo atrás do meu e subiu um pouco sua mão parando em minha costela fazendo um leve impulso e cheguei a gelar quando senti seus lábios molhados tocando meu pescoço, Niall por sua vez colocou sua mão em minha cintura, entrelaçou nossas pernas e logo depois sua mão que estava em minha cintura se embrenhou dentro da minha blusa, tá isso já está ficando sério eu tô começando a me excitar. 
          
Eu: oq vcs estão fazendo? - disse fingido estar acordando.
Z: ahh (seu nome) vai dizer que vc não está gostando?
Eu: claro que não estou! Saíam de perto de mim agora! - disse me sentando.
N: vc vai resistir a mim (seu nome)? - ele disse me olhando com aqueles lindos olhos.
Z: e a mim? - ele disse tbm se sentando e beijando meu pescoço. 
Eu: Zayn... - gemi. Olhei para Niall que ainda estava com sua mão em minha cintura cheguei mais perto dele e o beijei, sua mão passeava por minhas costas subindo e descendo enquanto Zayn tirou sua blusa e logo depois a minha subi em cima de Niall sentando bem em cima de sua ereção e separando o beijo para dar espaço para a língua de Zayn agora. Niall tirou sua blusa e depois foi procurar o fecho de meu sutiã com nenhum sucesso sai de cima de Niall e fui para Zayn que me deixou por baixo dele me beijando, Niall beijava minhas coxas e dava leves apertões................. mais espera oq eu estou fazendo?

Eu: meninos... - disse me separando do beijo de Zayn
Z: oq? 
Eu: e... eu não posso fazer isso!
N: pq?
Eu: pq não! - disse tirando Zayn de cima de mim - olha envolta a casa está cheia com nossos amigos e outros não tão amigos mais e se eles escutarem? Oq vão pensar de mim? Vão achar que sou uma vadia dando pra dois homens! E além do mais o Harry está aki!  
N: vc tem razão, me desculpa eu passei dos limites.  
Eu: nossa se eu ganhasse uma moeda toda vez que alguém me pedisse desculpa eu estaria rica! - rimos
Z: mais oq agente faz com isso? - ele disse apontando para suas ereções.
Eu: eu que vou saber? Se virem!  
N: sério que vc vai deixar a gente assim? 
Eu: sim! 
N: vc é má!
Eu: mais do que vc imagina - disse dando um sorriso malicioso e botando minha blusa - agora virem pra lá que eu quero dormir e não quero seus documentos encostando em mim!
Z: sério mesmo que vc vai deixar a gente assim? 
Eu: é 
Z: eu não vou conseguir dormir assim eu preciso de vc! 
Eu: ahh Zayn me poupe vai se masturbar!    
 Z: então vou me masturbar aki na sua frente! 
Eu: não faça isso! Agora é sério eu quero dormir! 
Z: tudo bem eu não vou fazer nada! Boa noite!     
Eu: boa noite Zazza! 
N: boa noite pra vcs! 
Eu: boa noite meu ninizinho! - deitei no peito do Niall (lembrando que ele estava sem camisa e o Zayn tbm) e Zayn abraçou minha cintura ficando de conchinha cmg e assim dormimos.

(eu estava assim no Niall)


(e o Zayn estava mais ou menos assim em mim)


(desculpem não achei fotos melhores *---* )

Acordei cedo e olhei em volta os meninos ainda estavam apagados, levantei com cuidado e saí do quarto andei um pouco pela casa e percebi que todos ainda dormiam, voltei pro quarto e resolvi tomar um banho, peguei uma roupa e entrei no banho, tomei um longo banho frio e quando estava saindo escutei a companhia tocar, deixei pra lá talvez a pessoa fosse embora mais tocou de novo e de novo vi que aquela pessoa não ia embora então me enrolei na toalha e desci, fui até a porta e olhei pelo olho mágico e vi que era uma menina, abri a porta e tentei me esconder um pouco atrás dela.

Eu: amm... oi
Xxx: oi 
Eu: quem é vc?
Xxx: eu sou a Larissa!
Eu: prazer Larissa eu sou a (seu nome)!
La: o prazer é todo meu!
Eu: então... oq te trouxe aki? 
La: eu tô procurando o Rafael
Eu: ahh ele ainda está dormindo a noite de ontem foi exaustiva - ela me olhou estranho. 
La: é que é mt importante eu preciso mesmo falar com o Rafael!
R: ouvi meu nome? - ele disse vindo até a porta com um enorme sorriso e me abraçando por trás, mais seu sorriso se desfez assim que ele viu quem estava diante de mim na porta.

R: Larissa? Oq vc tá fazendo aki? - ele disse me soltando!  
La: eu vim conversar com vc amor! - ela chamou ele de amor? Eu ouvi isso mesmo?                                  
R: não temos nada pra conversar! Vc é só minha ex mais nada além disso nem a minha amizade vc tem, agora cai fora! - ele disse fechando a porta na cara dela e ouvi ela dizendo.
La: ISSO NÃO VAI FICAR ASSIM!


CONTINUA...

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Mini Imagine - Harry Styles




Em um dia de sol vc e seu amigo ,Harry estavam na praia quando do nada Harry disse:
H: sabe (seu nome) estou apaixonado por uma garota muito linda . - ao ouvir aquelas palavras sentiu uma vontade louca de chorar mais se segurou, pois vc o amava a muito tempo.
(S/N): e quem é a sortuda?
H: o nome dela é .............. - nesse tempo que ele deu antes de falar o nome dela ele olha pra ti e da um  sorriso perfeito - ta vou falar o nome dela é .........(seu nome)! - vc olha pra ele sem entender nada mais em um ato rápido Harry te beija logo ele pede passagem com a língua e vc cede e assim que a merda da falta de ar chega vcs param o beijo, vc olha para Harry e diz.
(S/N): eu tbem gosto de vc! Eu te amo! - ao ouvir essas palavras Harry pula em cima de vc começa a te beijar e assim vcs começam a namorar.

Fim...  

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

FanFic - Alteza Real: Sinopse




Harry é um príncipe metido e arrogante que está prestes a assumir o trono de seu pai que acaba falecer,
 mais para isso ele terá que se casar e ele não quer isso, 
mais sua mãe o obrigará, aliás ele não tinha escolha a lei diz que "para ser rei vc precisa de uma rainha" ninguém nunca desrespeitou essa lei e ele não seria o primeiro.

E vc é uma linda princesa generosa e bondosa que para ajudar seu povo será forçada a casar com um homem que vc não ama ou melhor um homem que vc odeia, o homem que vc nunca imaginou estar casada!
 mais conforme o passar do tempo será que isso irá mudar? 

FanFic - Biology 2 Capítulo 15





Ergui meu olhar de sua mão para seus olhos, que instantaneamente se fixaram nos meus com uma clareza distante, nostálgica. Logo voltei a me concentrar no machucado, porém parte de mim havia sido irremediavelmente tocada pela lembrança que ela havia trazido à tona. Um sorriso fraco tomou conta de meus lábios sem prévio aviso, e eu estava tão exausto (em todos os sentidos) que me dei ao luxo de permitir que ele permanecesse ali. A sensação de reviver pequenos momentos com ela se revelara tão revigorante e necessária que em pouco tempo eu havia me tornado escravo do curto passado que tivemos.
– Por um momento eu tive certeza absoluta de que você tinha quebrado no mínimo uns dois ossos – ri baixo e distraidamente, finalizando a limpeza do pequeno ferimento com todo o cuidado que minha consciência parcialmente ativa permitia – Ainda mais quando te vi chorando feito uma criancinha.
(S/N) soltou uma risada curta, seus olhos fixos em mim, porém sem realmente me ver, como quem se transporta para outro lugar – no caso, para outro tempo. Onde tudo parecia natural, transparente... E inacreditavelmente simples.
– Doeu pra caramba, tá? – ela reivindicou, fazendo meu sorriso se alargar. Franzi a testa em contestação.
– Me poupe, você escapou razoavelmente intacta, apenas com os joelhos ralados – brinquei, deixando de lado o algodão levemente manchado de sangue, e reunindo um pedaço de gaze e esparadrapo para fazer o curativo – A moto sofreu muito mais, acredite.
– Você ficou o resto do dia trabalhando nela – (S/N) admitiu, em tom de culpa, e eu assenti, cobrindo o corte com o curativo e me certificando de que o esparadrapo havia se fixado em sua pele – E perguntando se eu estava bem ao mesmo tempo... Só pra ter certeza de que eu não havia me arrebentado.
– Como você é uma garota de sorte, ficou tudo bem – falei, atrevendo-me a encará-la e imediatamente me arrependendo. Não por encontrar seus olhos serenos e verdadeiramente felizes com as lembranças que se desenrolavam por trás deles, mas sim, por saber que em algum momento eu deveria desviar o olhar e quebrar aquela ligação entre nós, tão íntima e preciosa mesmo depois de tudo o que havia acontecido.
– Mas você me levou ao hospital mesmo assim... Por medo de alguma hemorragia interna ou algo igualmente dramático – ela continuou, esboçando um sorriso tranquilo – Não sossegou enquanto o médico não confirmou que eu estava realmente bem.
– E você cochilou na volta pra casa, depois de tanta aventura – completei, meu coração acelerando cada vez mais ao seguirmos recriando aquele dia em nossas mentes e caminhando um passo a mais na direção do precipício que nos separava, o medo de cair já se dissipando sem que algo pudesse ser feito para reativá-lo enquanto a vontade de cair nos dominava numa velocidade assustadora – Eu te carreguei até a cama, tirei seus sapatos e te coloquei pra dormir.
– Colocou mesmo – ela disse, sorrindo abertamente, seus olhos jamais abandonando os meus – Você cuidou direitinho de mim.
Senti sua mão se virar para baixo sobre a minha, fazendo com que nossas palmas se encontrassem, e as pontas de seus dedos repousaram sobre meu pulso. Uma voz distante no fundo de minha mente avisava que eu havia baixado demais a guarda e que não seria capaz de reconstruí-la a tempo, mas eu mal podia ouvi-la, não agora que outra voz reverberava em todo o meu ser. A voz que só ela conseguia fazer se manifestar dentro de mim.
– E sempre vou cuidar – sussurrei, sem saber ao certo como encontrei as palavras e o pouco de fôlego com o qual as proferi – Não importa o que aconteça.
Seu sorriso se dissipou lentamente, à medida que ela absorvia minha confissão. O vazio distante em seu olhar foi gradativamente substituído pela seriedade do agora, a noção do que nós estarmos juntos ali, em nosso próprio universo intacto de carinho, significava e podia trazer como consequência.
– Você não sabe como é bom ouvir isso – ela enfim disse, e o tom trêmulo em sua voz denunciava o que eu sempre soube, mas escolhi não considerar para conseguir continuar firme em minha decisão: eu estava sofrendo, mas ela também estava, e provavelmente até mais do que eu.
Pela primeira vez, tentei me colocar em seu lugar, de verdade, sem restrições. Tentei imaginar como seria descobrir que quem amo na verdade não é quem aparenta ser, e me ver categoricamente posto de lado, removido de sua vida, ainda que eu não tivesse certeza de como queria participar dela após toda a decepção. Me vi subitamente sozinho, sem certezas, sem motivos para ter esperança, sem sequer uma notícia, ainda que fosse para saber que tudo estava indo bem sem mim. Me vi no escuro, sem qualquer incentivo para buscar alguma luz, deixado para trás...
Me vi refletido em seus olhos, percebendo o enorme erro que havia cometido.
Meses se passaram, sem uma palavra, com tanta mágoa e tanta tristeza entre nós, e agora tudo parecia igual, se não mais intenso e real... Nós não podíamos estar errados, podíamos? Ainda que eu não fosse o melhor homem que pudesse ser, o melhor homem que ela merecia que eu fosse, aquilo que nos unia, que nos puxava de volta para o mesmo lugar de onde tão determinadamente nos afastávamos, seguindo direções opostas, não poderia ser tão condenável e ao mesmo tempo tão certo se não fosse exatamente isso. Se não fosse certo.
Nossos lábios se encontraram antes que nossas mentes pudessem articular algum outro plano para nos manter afastados.
(S/N) segurou forte em minha mão, como que buscando algo em que se apoiar enquanto caíamos do abismo, juntos. Acariciei seu rosto com a mão livre, sentindo meu corpo inteiramente eletrificado pela sensação de beijá-la outra vez depois de todo aquele tempo de distância. Ela repousou sua mão na curva de meu pescoço, deslizando-a para minha nuca e aprisionando meu cabelo entre seus dedos saudosos. Aprofundamos o beijo sem demora, famintos um do outro, e em poucos segundos, envolvi sua cintura com meu braço, puxando-a para meu colo; ela obedeceu de bom grado, acomodando-se de lado sobre minhas pernas.
Desabriguei minha mão de seu aperto e desenhei o contorno de seu braço às cegas, seguindo até seu cotovelo, para então conduzi-lo até meu ombro e fazê-lo envolver meu pescoço. (S/N) sorriu contra meus lábios, prontamente atendendo ao meu pedido e me abraçando apertado. Seu perfume invadiu minha mente, impedindo o surgimento de qualquer pensamento a não ser o que ela vocalizou, com a testa unida à minha e os olhos fechados.
– Que saudade...
Abracei sua cintura com mais força, trazendo-a para ainda mais perto de mim, e respondi com outro beijo, que pareceu durar um mísero segundo, embora estivéssemos nitidamente descabelados, com os lábios avermelhados, e sem fôlego quando o partimos. Todo o tempo perdido levaria ainda mais tempo para ser recompensado, foi o que rapidamente percebi. Não desperdicei mais um instante, e mesmo precisando desesperadamente de ar, voltei a beijá-la com toda a intensidade que meu corpo implorava para externar, depois de meses de contenção.
Como foi que sobrevivi mais de um minuto sem ela?
– Niall – ela murmurou, afastando um pouco o rosto do meu e fitando meus olhos com certo receio.
– (S/N) – chamei de volta, forjando uma seriedade que ela logo desmascarou, rindo junto comigo. Era impossível esconder minha felicidade, e sentir a dela me contagiando apenas me fazia voar mais alto. Levamos alguns segundos para nos recuperarmos de nossa idiotice, e então ela voltou a demonstrar sua insegurança. Ao falar, ela manteve os olhos baixos, brincando com a gola de minha camiseta.
– Falando sério agora... Você tem certeza de que...
Cobri seus lábios com meu indicador antes que ela completasse sua pergunta.
– Falando sério agora – respondi sem hesitar, e toquei a ponta de seu nariz – É claro que eu tenho certeza.
Um sorriso lindo surgiu em seu rosto, mas ainda não era inteiramente seguro, magnífico, como eu sabia que podia ser e queria que fosse. Sua preocupação era compreensível, e eu faria de tudo para que ela entendesse que eu sabia o que estava fazendo. Chega de sofrer pelo que não podíamos mudar; na tentativa de ser verdadeiramente digno de seu afeto, eu apenas criei novos motivos para que ela se ressentisse. Estava farto de me punir, de nos punir, por algo que nunca havia sido um problema. Ela me amava como eu era, e eu só tinha a agradecer por isso, começando desde agora, já que minha dívida era tão extensa que eu a perdia de vista.
– Eu não quero te perder de novo – ela murmurou, em tom de confissão, ainda com os olhos baixos – Então me diga de uma vez, antes que eu me iluda e seja tarde demais para voltar atrás...
(S/N) engoliu em seco antes de retribuir meu olhar e enfim dar voz ao que a preocupava.
– O que isso significa?
Afastei uma mecha de seu cabelo, abrigando-a atrás de sua orelha. As palavras que saíram de minha boca vieram diretamente da alegria pulsante em meu peito, sem filtro, sem comedimento, sem medo.
– Significa tudo. Significa que eu amo você, e que eu sinto muito por tudo que eu te fiz passar.
Ela apenas me encarou por um instante, processando o que ouviu, até que um brilho encheu seus olhos e contaminou todas as suas feições, permitindo que o sorriso que eu tanto aguardei aflorasse em seu rosto. Sorrimos um para o outro feito duas crianças em manhã de Natal; ainda que ela estivesse rindo, desconfiei quando escondeu o rosto em meu pescoço.
– Ei... – sussurrei, convencendo-a a voltar a me olhar com um carinho no queixo, e minhas suspeitas se confirmaram quando observei a excessiva umidade em seus olhos – Não faz assim.
– É por causa do machucado – ela fungou, lançando um olhar envergonhado em minha direção. Cerrei os olhos, nem um pouco convencido, e mordi sua bochecha sem aviso prévio, fazendo-a soltar um gritinho. Ela estapeou meu ombro até que meus dentes a libertassem, e voltamos a agir feito dois patetas apaixonados.
Em pensar que há alguns anos, a mera ideia de me comportar dessa forma me traria náuseas... Agora, no entanto, eu era o pateta mais orgulhoso de ser pateta que o mundo já viu. Claro que só na frente dela, e em ocasiões especiais. Patetice constante não era muito o meu estilo. (S/N) passava mais tempo me socando e mostrando a língua pra mim por meus arrotos apaixonados do que se derretendo de amores por minhas declarações poéticas.
Se bem que eu sabia fazê-la derreter rapidinho...
– Fala de novo – ela murmurou, mal podendo disfarçar sua euforia. Com um riso curto, levei minha boca até sua orelha e obedeci.
– Eu amo você.
Um suspiro quente escapou de seus pulmões. Ela apertou a gola de minha camiseta e se encolheu ainda mais em meu abraço.
– Só mais uma vez.
– Eu amo você – repeti, sentindo minhas pálpebras cada vez mais pesadas e o oxigênio cada vez mais escasso – Eu amo você, eu amo você, eu amo você...
Nossas bocas se encontraram com urgência, e minha mão se encheu com a maciez de sua coxa, praticamente toda exposta pelo shorts de seu pijama. Meu sangue borbulhou nas veias ao ouvi-la ensaiar um gemido enquanto aprisionava meu lábio inferior entre seus dentes, e minha sanidade evaporou quando ela se remexeu em meu colo, provocando um leve atrito que tirou meu fôlego. Subi meu toque e brinquei com o tecido de sua roupa, ansiando o calor que eu sabia que encontraria se apenas avançasse mais um pouco entre suas pernas.
(S/N) se empenhou em traçar um caminho torturante de beijos por minha mandíbula, seguindo para meu pescoço. Suas unhas arranharam de leve o outro lado de meu rosto em provocação, e eu beijei sua palma, sobre o curativo que havia acabado de fazer. Sorrateiramente, continuei escalando sua perna por sobre o shorts até atingir o cós, acariciando a região logo abaixo de seu umbigo com meu polegar antes de embrenhar meus dedos sob o elástico de sua calcinha. Ela soltou o ar pesadamente, descolando sua boca da parte de trás de minha orelha, e eu prossegui, descendo sem pressa e explorando cada centímetro de pele no caminho. Abaixei a cabeça ao atingir meu destino, repousando minha testa sobre seu ombro com os olhos fechados, concentrado em sentir cada reação que seu corpo oferecia aos meus estímulos. Ela respirou fundo quando as pontas de meus dedos encontraram a umidade entre suas coxas; sem exercer muita pressão, acariciei a região sensível e senti minha boca salivar ao perceber o quão intenso era seu desejo.
– Quero te beijar – sussurrei para a curva de seu pescoço, completamente refém. (S/N) trouxe sua boca até a minha, respirando com dificuldade devido aos lentos movimentos de meus dedos, e eu retribuí o beijo que ela me deu. No entanto, não era àquele tipo de beijo que eu me referia. Eu ainda estava sedento.
– Eu quero... – ofeguei, removendo minha mão de dentro de seu shorts e passando meu braço por baixo de seus joelhos; envolvi sua cintura com o outro, e levantei da cadeira, carregando-a comigo, para deitá-la sobre a mesa ao nosso lado, empurrando todo o resto.
Seus quadris estavam alinhados com a beirada do móvel, suas pernas pendiam uma de cada lado de meu corpo, e ela se esparramou sobre a madeira escura, com o olhar fixo no meu. Minhas mãos deslizaram por sua cintura, levando junto consigo em sua subida a camiseta do pijama, e meus lábios encontraram sua barriga. Ela arqueou as costas em resposta à minha carícia, removendo a primeira peça de roupa e expondo seus seios. Levei meus beijos até eles, com toda a paciência e dedicação do mundo. (S/N) mantinha os lábios entreabertos, e por entre eles uma sinfonia de gemidos baixos escapava a cada toque de minha língua em sua pele. Uma vez livre da parte de cima de seus trajes, minhas mãos passaram a trabalhar na parte de baixo, empurrando os dois itens restantes de vestuário enquanto a distraía com beijos e leves mordidas.
Assim que a despi por completo, espalmei minhas mãos ao lado de sua cabeça e olhei fundo em seus olhos. Meu rosto pairou a centímetros do dela quando enfim finalizei minha frase:
– Te beijar.
Mantive contato visual conforme erguia meu tronco e me sentava numa das cadeiras atrás de mim, bem diante dela. Percorri o interior de suas coxas com minhas mãos e as afastei, umedecendo meus lábios discretamente para então saciar meu desejo e beijá-la exatamente onde queria.
Seus dedos se embrenharam em meu cabelo de imediato, acompanhados de um longo gemido. Continuei acariciando suas pernas conforme minha língua se movia, por vezes em círculos, por vezes, verticalmente, ora rápido, ora devagar. Quanto mais eu provava dela, mais eu queria; não havia melhor sabor no mundo. Meu corpo inteiro queimava de vontade, e eu somente não dirigi minhas mãos ao volume incômodo em minhas calças porque estava concentrado demais em fazê-la se contorcer sobre a mesa sem nem sequer ter removido uma peça de roupa.
Sua respiração tornou-se ainda mais irregular após algum tempo, e só para provocá-la, interrompi minhas atividades e ergui um pouco o rosto para observá-la: seu corpo estava recoberto por uma fina camada de suor, o que apenas o tornava ainda mais convidativo, e suas feições denunciavam o alto nível de excitação no qual ela se encontrava, à beira do abismo. Imediatamente percebendo minha pausa, ela me olhou; deslizei uma mão por sua barriga, e (S/N) entrelaçou seus dedos nos meus. Retomei meu trabalho, e em poucos minutos ela atingiu o ápice, apertando minha mão com força.
Relutante, permaneci onde estava, permitindo que ela recuperasse o fôlego e recolhendo o resultado de meus esforços. Somente parti o beijo quando ela ergueu o tronco da mesa. Levantei meu rosto até o dela, recostando-me na cadeira, e enxuguei meus lábios com as costas da mão, com os olhos vidrados. Sua boca e bochechas estavam vermelhas, e seu cabelo desgrenhado denunciava claramente o evento nem um pouco ortodoxo que havia se passado. Ela estava nua, sentada diante de mim, com as pernas abertas e a respiração irregular; talvez fosse a saudade, talvez fosse o efeito sempre inebriante de levá-la ao orgasmo, talvez fosse verdade – não importava.
Eu nunca a tinha visto mais linda. E mais minha.
Com um sorriso sujo, ela esfregou um dos pés no lado externo de meu joelho, e aos poucos o apoiou por inteiro sobre minha coxa. Continuamos nos encarando, numa espécie de transe, e ela continuou seu trajeto, parando ao atingir minha virilha com a ponta do pé. Levei minha mão até sua panturrilha, acariciando a pele quente, prestes a me render. Por mais que eu amasse dominá-la, em nossas disputas silenciosas por poder, eu geralmente jogava a seu favor, minha única estratégia tendo como objetivo vencer a mim mesmo e deixar que ela conquistasse o controle. Eu não me importava com a derrota, pois sabia que a sanção seria tão incrível quanto a vitória, se não ainda mais.
(S/N) havia vencido assim que coloquei os olhos nela; eu já estava mais do que acostumado a perder.
– Sabe o que é curioso? – ela indagou, ficando de pé – Como é que, vez ou outra, eu me encontro completamente nua, enquanto você ainda está completamente vestido?
Ergui uma sobrancelha, observando-a cercar minhas coxas com as suas e sentar em meu colo, com as mãos sobre meus ombros.
– Isso é uma cena recorrente entre nós? – rebati, fingindo não me recordar das inúmeras outras vezes em que tal situação havia ocorrido, mas com especial carinho, da primeira vez, na noite do baile de primavera; ela assentiu, mordendo o lábio – Hm... E isso te não te agrada?
Ela suspirou pensativamente, descendo as mãos por meu peito e abdômen e parando ao atingir a barra de minha camiseta, enquanto as minhas ocupavam seu lugar de costume em sua cintura.
– Pra ser bem sincera, eu não tenho do que reclamar – ela respondeu, livrando-me da peça de roupa sem cerimônias – Mas eu prefiro muito mais quando o jogo está equilibrado.
– Ah, é? – provoquei, antes de segurá-la pela cintura e puxá-la para mim – Fico grato pela consideração.
Suas unhas se fincaram em meus bíceps em resposta ao contato direto de nossos corpos. Seus mamilos se enrijeceram contra minha pele, me fazendo ver estrelas; o mero fato de estar abraçado a ela sem barreiras entre nós já bastava para me tirar do sério.
Já ficou óbvio que eu era pirado por aquela garota ou preciso elaborar mais um pouco?
– Se eu fosse você, não comemorava antes do tempo – ela retrucou, beijando preguiçosamente o canto de minha boca – Eu nunca disse que igualaria o placar... Pelo menos não tão cedo.
(S/N) percorreu meus lábios com a ponta de sua língua, levando suas mãos até o botão de minha calça, e eu senti calafrios descerem por minha espinha ao me dar conta de que aquilo realmente estava acontecendo. Todas as noites, desde que ela deixou a casa de meus pais pela primeira vez, eu imaginei aquele momento em minha mente, quando enfim sentiria seu toque de novo. Fechei os olhos, implorando por misericórdia, e respirei fundo ao sentir o botão abrir, aliviando parte da pressão que começava a me sufocar. O zíper seguiu o mesmo caminho, permitindo que as pontas de seus dedos passeassem por parte de meu membro por sobre a cueca.


CONTINUA...

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

FanFic - Biology 2 Capítulo 14





No caminho para meu quarto, espiei pela fresta do cômodo ocupado, vendo-a ainda imóvel, do mesmo jeito que a havia deixado. Engoli em seco, revirado demais internamente para entender o que de fato havia acontecido nas últimas horas, e especialmente, nos últimos minutos. Exausto, segui até o banheiro e recolhi o vestido de (S/N), ainda abandonado no chão. Encarei a peça de roupa, sentindo minha cabeça (e outra parte de meu corpo) latejar. Por que tudo não podia simplesmente se acertar? Por que tinha que ser tão difícil? Por que eu não conseguia pensar na imagem dela se despindo diante de mim sem me lembrar de que ela ainda pertencia a outro, e que nem mesmo no estado calamitoso em que se encontrava, completamente fora de si, ela cogitava a hipótese de querer estar comigo?
Eu realmente tinha feito tudo errado.
Sem um pingo de dignidade restante, levei seu vestido comigo até minha cama, e durante a noite, que passei praticamente toda em claro, sonhei acordado com o dia em que ela enfim ocuparia o espaço vazio em meu colchão.

Fim do flashback

Revisitar aquela noite não foi tarefa fácil. Me peguei com o coração acelerado ao recordar a dor da rejeição inconsciente de (S/N), ainda mais reforçada por sua reação no dia seguinte, ao acordar. Não foi à toa que bati o carro naquela manhã; depois de ter passado por toda aquela turbulência, era o efeito colateral mínimo que eu deveria esperar.
E lá estávamos nós novamente. Ela não estava bêbada dessa vez (amém), e não havia um terceiro elemento entre nós, mas a situação de certa forma se repetia: cada um dormindo em um canto (ou pelo menos tentando), sozinhos e mal resolvidos.
Por que continuava sendo tão difícil?
Incapaz de permanecer deitado, fiquei de pé e subi silenciosamente os degraus, disposto a nem sequer olhar para a porta do quarto de (S/N) em meu trajeto até o banheiro. Quem sabe jogar um pouco de água gelada em meu rosto ajudasse a acalmar os ânimos.
Encarei meu reflexo um tanto corado no espelho, e me concentrei em normalizar minha respiração um tanto errática antes de abrir a torneira e lavar o rosto. Minhas mãos tremiam levemente, por um motivo que eu conhecia muito bem: abstinência.
Travei o maxilar, disposto a resistir bravamente, e deixei o banheiro. Eu podia fazer isso. Já havia conseguido uma vez, era perfeitamente capaz de fazer de novo. Mas dessa vez, não havia nenhum impedimento. Ela estava lúcida. Ela estava em casa. E principalmente...
Ela queria estar comigo.
Minha confiança esmoreceu significativamente ao me imaginar entrando em seu quarto depois de todos aqueles meses e me juntando a ela na cama... Eu a acordaria com um beijo no pescoço e um braço ao redor de sua cintura; ela sorriria, surpresa ao me encontrar ali, como num sonho bom.
Como eu queria...
Meus pés me levaram até a porta entreaberta de seu quarto, e em meio à escuridão de seu interior, o que vi me alarmou de imediato, por ser totalmente inesperado.
A cama estava vazia. (S/N) não estava lá.
– Aí está você.
Pulei de susto ao ouvir uma voz atrás de mim, e me virei em sua direção, deparando-me justamente com quem procurava. Ela sorria calmamente para mim, com um copo d’água nas mãos, e ao examinar meu rosto, ainda que encoberto pela penumbra, franziu a testa.
– O que houve?
– N-nada – balbuciei, respirando fundo para me recuperar do susto e da vergonha por ter sido pego no flagra espiando seu quarto – Eu só... Vim ver se estava tudo bem.
(S/N) reprimiu um risinho esperto, perfeitamente ciente de minha desculpa esfarrapada, e assentiu.
– Está tudo bem, sim... Só fiquei com sede.
Assenti de volta, sem conseguir manter contato visual. Eu era um idiota.
– Entendi.
Um silêncio tenso caiu sobre nós, que eu não fazia ideia de como quebrar, até que ela suspirou e disse:
– Então... Boa noite.
– Boa noite – respondi prontamente, ansioso por uma oportunidade de correr para longe daquela situação absurdamente embaraçosa, mas ao mesmo tempo, incapaz de me mover, ainda tomado por um desejo monstruoso de puxá-la para mim e fazer todas as coisas que tanto desejei na noite que havia assombrado minha memória há alguns instantes. Meu coração parecia prestes a explodir, batendo freneticamente em meu peito, e o ar parecia me faltar ao tê-la tão perto, vestindo apenas um de seus pijamas ridiculamente adoráveis. Notando minha hesitação, ela também permaneceu imóvel, como se compactuando com minha vontade de jogar tudo para o alto e apenas seguir o que cada centímetro de nossos corpos gritava.
No entanto, tudo que fiz foi caminhar na direção oposta a seu quarto, retomando o trajeto que fiz ao subir as escadas e rapidamente chegando ao sofá, onde passei o resto da noite me amaldiçoando por tê-la deixado sem sequer um beijo de boa noite.
(S/N) não veio me procurar. Ela tinha todos os motivos do mundo para não fazê-lo. Eu tinha todos os motivos do mundo para me odiar por isso.
Por que tudo não podia simplesmente se acertar?

– Bom dia.
Abri um olho ao ouvir o cumprimento inesperado assim que me levantei do sofá, e respirei fundo na tentativa de parecer menos exausto após a noite passada em claro.
– Bom dia – murmurei de volta, educadamente me escorando na entrada da cozinha, e enfim sua imagem entrou em foco. (S/N) estava em pé ao lado da mesa, despejando cereal numa tigela. Ao perceber meu cansaço, franziu a testa de leve.
– Te acordei? – ela indagou inocentemente – Desculpe.
Balancei a cabeça em negação, sem forças para gaguejar uma resposta, ainda mais depois de perceber suaves círculos escuros sob seus olhos. Pelo visto, não só a minha noite tinha sido péssima.
Procurei afastar tal pensamento de minha mente assim que ele surgiu. Estava cedo demais para me afundar em culpa e arrependimento.
– Não, eu... Já estava acordado – disse, mesmo que já tivesse respondido sua pergunta. A necessidade de manter meu raciocínio ocupado com qualquer tarefa era minha única esperança de não acabar balbuciando algo que não deveria ou me perder em devaneios impróprios.
(S/N) assentiu lentamente, sentando-se numa das cadeiras e hesitando por um momento, com o olhar baixo, antes de pegar a caixa de leite sobre a mesa e adicioná-lo ao conteúdo da tigela. Um breve silêncio se instaurou, até que ela voltou a erguer os olhos e sorriu fraco.
– Quer? – ela perguntou, um tanto tímida, indicando seu café da manhã – Eu disse que não ia dividir, mas era mentira.
Seu tom redimido me fez soltar um risinho baixo, porém verdadeiro. Ela realmente achou que eu levaria sua brincadeira a sério? Sempre tínhamos brigas fajutas como aquela quando...
Engoli em seco; o sorriso desapareceu rapidamente.
– Obrigado – falei apenas, e se não fosse pelo monstro rosnando em meu estômago, teria recusado sua oferta. Ocupei a cadeira à sua frente, passando no caminho por um dos armários e pegando uma tigela, e me servi sem dizer mais nada.
Apesar da postura amigável que ambos mantínhamos, algo havia mudado. A tensão entre nós havia retornado, e parecia furiosa por ter sido suspensa na noite anterior. Já não era mais tão fácil ignorar tudo o que pesava sobre nossos ombros, e o reflexo disso estava em nossas pálpebras pesadas, privadas de descanso por longas horas. O passado, nosso passado, batia incessantemente à porta de nossas consciências a cada olhar lançado, a cada palavra trocada, e nosso encontro inesperado (e frustrado) no corredor foi o divisor de águas nessa mudança brusca, eu tinha certeza disso.
Longos minutos se passaram, e nós apenas comemos, sem ousarmos desviar nossas atenções dos flocos coloridos em nossas tigelas. Terminamos nossa refeição praticamente ao mesmo tempo, e como se já não tivéssemos preocupações suficientes, resolvemos ter a mesma ideia ao mesmo tempo: suas mãos envolveram a tigela à sua frente, e meu braço se estendeu para alcançá-la, com a mesma intenção de levá-la até a pia.
Nossas mãos frias se encontraram sobre a cerâmica, e de imediato, o rosto de (S/N) ardeu, enchendo-se de cor. Meu coração bateu feito doido no peito; eu estava perfeitamente acordado.
– D-desculpe – gaguejei, meu olhar acertando o dela em cheio, ambos igualmente surpresos e embaraçados. Minha mão continuou sobre a dela, e por mais que a razão ordenasse que eu a retraísse instantaneamente, como se a tivesse exposto ao fogo, nada me parecia mais agradável do que mantê-la entre as chamas.
Ela abriu e fechou a boca algumas vezes, imóvel, antes de balançar negativamente a cabeça e baixar seus olhos para o fundo da tigela. Observei seu peito subir e descer num ritmo mais acelerado que o comum. (S/N) estava claramente lutando com todas as forças que ainda lhe restavam... E que com certeza eram mais eficientes do que as minhas, pois enquanto eu ainda mantinha meu braço esticado para tocar sua mão, ela se levantou de súbito, levando sua tigela consigo, e seguiu até a pia.
Assim que o encanto se quebrou e eu pude raciocinar novamente, uma culpa horrível me engoliu. Fechei os olhos, incapaz de acreditar que havia sido tão fraco. Eu havia imposto aquela distância, e ela fora a única de nós dois a se lembrar disso. Era inaceitável de minha parte ser tão fraco em sua presença... Mas, por maiores que fossem meus esforços, me parecia ainda mais inaceitável resistir. Cada célula em meu corpo vibrava na direção dela, me impelindo a estar sempre o mais próximo possível, e lutar contra esse magnetismo era desgastante, exaustivo demais. Eu me recordava de momentos de cansaço não apenas psicológico, mas que beirava também o físico, durante o tempo em que era seu professor. Me lembro de encerrar as aulas me sentindo drenado, esgotado por passar tanto tempo medindo cada gesto e tomando as devidas precauções para não me aproximar demais.
E agora isso... Mais do que nunca, eu precisava me manter afastado, precisava seguir minhas próprias decisões, e havia falhado. Eu realmente tinha perdido o jeito. Agora, que eu sabia o que era poder tocá-la sem restrições, não poder orbitar livremente ao seu redor era inconcebível.
Quando enfim retomei o controle, suspirei profundamente e abri os olhos, dirigindo-os a ela sem me acovardar.
– (S/N)...
Assim que ouviu seu nome, ela se sobressaltou, e seus ombros se encolheram instintivamente, como se ela estivesse no limite de seu autocontrole e qualquer ação minha pudesse ser a gota d’água. Tal movimento brusco fez com que a tigela, já envolta em espuma, escorregasse de sua mão e caísse dentro da pia. O impacto quebrou a louça com estrondo. Me levantei num pulo e corri até ela, totalmente comandado pela preocupação.
– Está tudo bem – ela avisou, numa voz trêmula, sobrecarregada de retenção, ao perceber minha aproximação – Não foi nada, está tudo bem.
Seus olhos permaneceram baixos, e seu rosto ainda queimava de vergonha por sua reação intensa. Segurei seus pulsos e inspecionei cada centímetro de pele, buscando algum machucado em meio à espuma que cobria parte de suas mãos. Levei-as até o jato de água que saía da torneira, com o intuito de enxaguar o detergente, e assim que o fiz, (S/N) se encolheu novamente, e seu rosto se contorceu de dor. Quando a água lavou toda a espuma, pude ver o corte razoável que um dos cacos havia aberto numa de suas mãos.
Respirei fundo ao perceber que ela havia se ferido, e senti minha culpa aumentar infinitamente. Porém, o filete de sangue que escorria de seu machucado, sendo imediatamente estancado pela água corrente, fez com que meu cérebro ativasse o piloto automático, e eu não me permiti pensar em outra coisa a não ser cuidar dela.
– Onde fica o kit de primeiros socorros? – murmurei, tentando soar calmo para que ela não se assustasse. Eu sabia que ela era durona quando se tratava do sangue dos outros, mas bastava um corte de papel na ponta do dedo para que seus olhos se enchessem de lágrimas.
– No banheiro, lá em cima – ela respondeu, baixo.
– Deixe a mão sob a água, está bem? – adverti, penalizado pelo tom nervoso de sua voz – Eu já volto.
Mal esperei que ela assentisse para voar escada acima; revirei o banheiro até achar o que procurava e voltei para ela, que permaneceu na mesma posição durante o meio minuto em que a deixei.
– Pronto – falei, um tanto ofegante, me aproximando e fechando a torneira – Vem.
Posicionei uma toalha de rosto sob seu braço para que ela me acompanhasse até a mesa, e dessa forma ela o repousou sobre a superfície de madeira, sentando-se no lugar que antes ocupava. Puxei a cadeira mais próxima e também me sentei para cuidar do ferimento.
– Está doendo muito? – questionei enquanto pegava o antisséptico do kit e uma bolinha de algodão, mal tirando os olhos de (S/N), que negou com a cabeça – Fique tranquila, vai ser rápido.
Ela engoliu em seco, ciente de que o que estava por vir não seria exatamente agradável, e eu rezei para que não fosse um corte profundo. Observei o machucado enquanto embebia o algodão no remédio, e o sangue parecia ter sido contido pela água, o que era um ótimo sinal. Se ela realmente precisasse de atendimento médico, o corte provavelmente teria sangrado desde que fechei a torneira. Tal constatação ajudou a me acalmar, pelo menos minimamente.
– Respire fundo – pedi, sem conseguir evitar comentários reconfortantes diante de seus olhos já levemente chorosos. Suavemente, passei minha mão livre sob a dela, da mesma forma que havia feito por acidente alguns minutos atrás, e meu polegar automaticamente acariciou a pele úmida, tentando transmitir apoio. Ela se arrepiou, como sempre acontecia quando nossos corpos estabeleciam qualquer forma de contato físico, e nossos olhos foram compelidos a se encontrarem.
Diferentemente da primeira vez em que segurei sua mão, não nos sentíamos culpados, apenas conectados. Ela soltou o ar que involuntariamente havia prendido, relaxando visivelmente devido ao meu toque, e por um instante, eu me esqueci de tudo.
Pisquei repetidas vezes para retomar o foco, e me concentrei em limpar o ferimento, que já voltava a apresentar um leve sangramento. Seguindo meu próprio conselho, respirei fundo e pressionei o algodão com delicadeza sobre o corte. Ambos reagimos por reflexo: ela tentou retrair a mão, e eu a segurei no lugar. (S/N) mordeu o lábio, reprimindo uma reclamação, e eu continuei minha tarefa, sem pressa, porém sem estender demais a tortura. Estava quase terminando quando percebi que ela havia relaxado novamente, acostumada à ardência, e pude sentir seu olhar sobre mim.
– Você se lembra... – ela murmurou, interrompendo a frase para segurar um gemido de dor devido ao efeito do antisséptico sobre o corte – De quando me deixou dirigir sua moto... E eu fui um completo desastre?



CONTINUA...

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

FanFic - Biology 2 Capítulo 13




Niall Horan’s POV



– Boa noite.
Minhas palavras vieram acompanhadas de um sorriso, em parte grato, em parte pesaroso. Meus olhos seguiram o caminho que ela fez, do sofá até as escadas, e dali até sumir de vista, e no instante em que não pude mais vê-la, meu peito ardeu de saudade. Não sei por quanto tempo fiquei observando os degraus, talvez rezando para que ela reaparecesse, talvez rezando para que ela nunca o fizesse.
Algumas horas haviam se passado desde minha chegada, preenchidas por algumas conversas tímidas, porém revigorantes. A tensão havia se dissipado consideravelmente, permitindo que nos comportássemos como velhos amigos, o que não era de todo inédito entre nós, mas foi uma boa surpresa, considerando o contexto em que nos encontrávamos.
(S/N) sempre conseguia me surpreender da melhor forma possível. Isso eu aprendi a jamais subestimar.
Quando enfim pude desgrudar os olhos das escadas, eles caíram sobre o canto do sofá no qual ela havia se encolhido por boa parte da noite, e de onde ela conversou comigo, riu comigo, existiu comigo. O nível de saudade que eu sentia era insuportável, beirando o patológico. E não era apenas no aspecto amoroso.
Sim, eu a amava. Ao posicionar meu travesseiro sobre o local antes ocupado por ela e então repousar minha cabeça sobre ele, nenhum outro pensamento restava em minha mente a não ser esse: eu a amava. Demais, até demais. E era exatamente por amá-la tanto que eu não me importei com o fato de não poder tocá-la, como sempre adorei fazer. Era estranho demais poder conversar com ela de uma forma tão tranquila e não poder puxá-la para mim, acomodá-la em meu colo (onde ela já admitiu, mais de uma vez, que prefere ficar, ao invés de simplesmente ao meu lado), ou então deitar minha cabeça sobre o dela e deixar que seus dedos bagunçassem meus cabelos... Tudo era muito estranho quando havia uma barreira invisível entre nós.
E eu era o único responsável pela existência dela.
Respirei fundo, tentando lutar contra os sentimentos ruins que já começavam a se aglomerar em meu peito. Ela mal havia me deixado sozinho e eu já estava estragando tudo.
Forcei meus olhos a se fecharem, e com algum esforço, consegui relaxar um pouco. Dormir seria impossível, estando tão próximo dela num lugar onde não havia absolutamente ninguém a não ser nós dois.
Assim que meu cérebro chegou a essa conclusão, meus olhos se abriram repentinamente, e meu coração deu um salto, quase me escapando pela boca.
A situação era familiar demais.

Flashback – cerca de um ano atrás

– (S/N)?
Franzi a testa, sem tirar os olhos do trânsito quase inexistente. Estávamos nos afastando cada vez mais da casa de Kelly, e ela ainda não havia me dado seu endereço. Eu podia ter sido um canalha de marca maior e o descoberto por meios nem um pouco éticos há muito tempo, mas eu sabia que quando soubesse onde ela morava, acabaria cometendo uma loucura (por exemplo, encheria a cara uma noite qualquer e acabaria soltando o verbo para a primeira pessoa que aparecesse à porta depois que eu tocasse a campainha).
Já estava começando a me arrepender de ter contido minha curiosidade; decidi tentar novamente.
– (seu sobrenome)?
Parei em um semáforo fechado, e aproveitei a oportunidade para me utilizar de métodos mais incisivos para fazê-la responder. Virei seu rosto em minha direção, com todo o cuidado do mundo (ela bem que seria capaz de arrancar minha mão com os dentes se percebesse que eu a estava tocando), e confirmei minhas suspeitas.
(S/N) estava dormindo.
– Pirralha maldita – resmunguei, já prevendo a dor de cabeça que toda aquela bagunça me traria. E era tudo culpa da Smithers. O que aquela idiota tinha na cabeça ao convidar a (seu sobrenome) para uma das suas festinhas demoníacas?
Eu não sabia quem estrangular primeiro: Kelly, por ser tão irritante, ou (S/N), por estar tão... Inconsciente.
A palavra não soava muito convidativa. Inúmeras vezes me peguei imaginando como seria tê-la em meu carro, sentada no banco do carona, cantarolando alguma música que eu não conhecia junto com o rádio ou então apenas olhando pela janela, com os cabelos bagunçados pelo vento, falando uma coisa ou outra com os pés apoiados no painel.
Nenhuma das imagens que criei em minha mente fértil chegavam ao nível doentia que a realidade diante de mim apresentava.
– (S/N) – chamei mais uma vez, dando leves tapinhas em seu rosto, mas foi em vão. A única reação que recebi foi um gemido baixo quando meu dedão esbarrou no canto de sua boca, e foi então que percebi a pequena mancha de sangue na extremidade de seu lábio inferior. A imagem da cena que encontrei no banheiro da casa de Kelly, onde imaginei que seu pequeno machucado tivesse sido criado, assombrou minha mente; se eu visse aquele pivete de novo, ele nunca mais veria qualquer outra coisa a não ser meu punho colidindo com sua cara.
Respirei fundo para dispersar o álcool ainda correndo em minhas veias, e fixei meu olhar na rua deserta adiante. Minha consciência, ou pelo menos a parte sóbria dela, alertava que eu estava prestes a tomar a decisão mais errada de toda a minha vida, mas meu cérebro levemente entorpecido não me permitia enxergar nenhuma outra solução.
Então, quando o sinal abriu, eu acelerei o carro e a levei para minha casa.
É, eu sei. Que puta cagada. Mas o que mais eu poderia fazer àquela hora da noite?
Ligar para Harry não era uma opção. Era culpa de sua idiotice que (S/N) estava naquele estado, nada mais justo que deixá-lo de fora da jogada. Além do mais, ele era um idiota, e acabaria estragando tudo; um professor envolvido naquele rolo já era suficiente, ela não precisava de dois para tornar todo o acontecimento ainda mais difícil de explicar.
Pegar seu celular e ligar para sua mãe ou para sua melhor amiga? A mera hipótese de falar com uma delas me deu calafrios. Eu acabaria sendo crucificado, e com a sorte que eu tinha, (S/N) acabaria se esquecendo de tudo que aconteceu, e colocaria a culpa em mim por ter se embriagado tanto, ou algo igualmente inconcebível.
De qualquer forma, ela me odiaria ainda mais. Então por que não escolher a opção que mais me favorecia?
Não me entenda mal, eu não pretendia tirar proveito de sua vulnerabilidade. Eu jamais faria algo do tipo, nem mesmo com ela. Só de pensar no assunto meu estômago se revirava de horror. Não... Um dia, eu não só a levaria para minha casa muitíssimo acordada, como também por sua própria vontade.
Hoje, eu só queria cuidar dela. Amanhã, quando recuperássemos os sentidos definitivamente, ela poderia pensar em como se explicar para os outros, e eu pensaria em como me explicar para ela.
Cheguei sem demora ao meu prédio, e assim que estacionei, deixei o veículo e o circundei para abrir a porta do passageiro. (S/N) continuava apagada, dormindo como se não houvesse amanhã. Por um instante, me perguntei se seria necessário levá-la a um hospital, mas bastou checar brevemente seus sinais vitais para perceber que ela apenas estava num estágio profundo de sono; a experiência de passar por isso inúmeras vezes nos anos de faculdade também ajudou a me tranquilizar.
– (S/N)? – tentei pela trigésima segunda vez, chacoalhando-a pelos ombros, e novamente, não funcionou. Esfreguei o rosto com as mãos, tentando entender como aquela noite havia virado de cabeça para baixo tão rapidamente, e, com o foco retomado, passei meus braços por baixo de seu corpo, um por sob seus joelhos, outro por sua cintura.
Como se tivesse esperado por isso desde que adormecera, ela envolveu meu pescoço com seus braços preguiçosamente, e soltou um suspiro contra meu pescoço. Precisei de um momento para me recuperar do choque (e, claro, da explosão de pensamentos impuros) que sua reação inconsciente causou, e só então pude me mover. Virei na direção do elevador, empurrei a porta do carro com o calcanhar e ativei o alarme, fazendo malabarismos para não derrubá-la no processo. Sorte dela que eu era bom em manusear mulheres, ainda que eu preferisse as minimamente lúcidas.
Não sei como sobrevivi à respiração serena dela em meu pescoço, mas de alguma forma, consegui me manter são durante o trajeto vertical do elevador. Assim que as portas se abriram, caminhei até o sofá, e a deitei sobre ele. Na penumbra do apartamento, pude ver que ela agora tinha a testa levemente franzida; afastei uma mecha de cabelo de seu rosto, o mais suavemente possível, e ela abriu os olhos. Meu coração quase saltou pela boca ao vê-la acordada. Ela não esboçou reação, apenas me encarou, confusa, por alguns segundos.
Quando enfim me reconheceu, um certo pânico preencheu seus olhos, e eu logo tratei de tranquilizá-la.
– Shh, está tudo bem – sussurrei, afastando minhas mãos dela em sinal de paz – Você está segura agora.
(S/N) piscou lentamente, processando minhas palavras, e, ao contrário do que eu previa, não ofereceu resistência à minha explicação. Pelo contrário, um alívio sincero pareceu percorrer seus traços, e se eu já não estivesse sóbrio o suficiente para distinguir a realidade do imaginário, teria certeza de que o sorriso agradecido que ela me deu foi pura alucinação.
– C-como se sente? – gaguejei, pego totalmente de surpresa por aquela demonstração (ainda que alcoolizada) de confiança. Ela podia nem sequer sonhar em admitir tal fato, mas agora eu tinha certeza de que ela não me via mais como o monstro que um dia eu fui em sua mente. Somente esta descoberta já foi suficiente para que eu não me arrependesse de tê-la trazido para casa comigo. Acontecesse o que acontecesse, ela havia me revelado algo muito importante, e nada do que me dissesse no dia seguinte mudaria isso.

(S/N) não respondeu, apenas gemeu baixo e levou uma das mãos à parte superior da barriga. Não precisei de mais explicações para entender o que se passava.
– Respira fundo – pedi, voltando a carregá-la e correndo até o banheiro. Ajudei-a a se sentar ao lado do vaso sanitário, e assim que levantei a tampa, ela despejou todo o conteúdo de seu estômago nele, entre breves acessos de tosse e alguns resmungos de mal-estar. Segurei seu cabelo enquanto ela se ocupava em se livrar do álcool em seu sistema, e a única coisa que se passava em minha mente era: aposto que nenhum de seus namorados já havia feito o que eu estava fazendo naquele momento.
Ela definitivamente não sabia o quão prestativo eu podia ser.
(S/N) tossiu um pouco, erguendo a cabeça, e eu já a aguardava com uma toalha de rosto úmida, que cuidadosamente passei sobre sua boca (como já era de se esperar, ela reclamou quando limpei a pequena mancha de sangue do canto de seus lábios). Seus olhos se abriram gradativamente enquanto eu o fazia, e assim que olharam nos meus, percebi que ela estava lacrimejando.
Puta merda. Golpe baixíssimo detectado.
– Eu sinto muito – ela murmurou, com a voz enrolada, e segurou meu pulso com uma das mãos, deslizando o polegar sobre minha pele.
Minha garganta se fechou, minha mente decretando situação de emergência diante de tamanha demonstração de consideração dirigida à minha pessoa. Não por muito tempo; bastou que ela repetisse mais uma vez suas desculpas para que ficasse nítido que algo estava errado.
– Harry, eu sinto muito.
Encarei suas lágrimas com distanciamento, agora que sabia a quem sua causa realmente deveria ser atribuída. Com um suspiro tenso, desviei o olhar, retraindo minha mão com facilidade de seu carinho iludido.
Incapaz de dizer qualquer coisa, apenas fiquei de pé e a ajudei a fazer o mesmo. Envolvi seus braços com minhas mãos ainda trêmulas, puxando-a para cima logo em seguida, e ela não hesitou em se apoiar em meus ombros quando enfim se levantou do chão. Com o orgulho ferido por ter meus esforços negligenciados por sua embriaguez, dei descarga e fechei a tampa do vaso, buscando mil e uma formas de não encará-la.
Suas mãos me impediram assim que terminei essas tarefas, virando meu rosto em sua direção com urgência.
– Não fique bravo, por favor – ela choramingou, me forçando a ver o desespero em suas pupilas – Eu não queria ter ido...
Seu lábio inferior tremeu ao fim da frase, anunciando mais lágrimas, e sem aviso prévio, (S/N) me abraçou com força, afundando o rosto em meu pescoço e chorando feito uma criancinha. Meu corpo inteiro entrou em estado de alerta ao sentir o dela implorando para se moldar a ele; minhas pálpebras subitamente pesavam o triplo do normal, e respirar era praticamente impossível. A parte sombria de minha mente ainda levemente ébria ocupava-se em imaginar todo tipo de imagem pervertida, fazendo com que meu sangue se apressasse em correr para uma determinada região de minha anatomia.
No entanto, a parte sensata de minha consciência, sóbria desde que pus meus olhos em (S/N) naquela maldita festa, agiu rapidamente e tomou a única decisão possível.
Afastei meu pescoço de seu rosto, ao mesmo tempo em que minhas mãos empurravam sua cintura para longe de mim, com o máximo de cuidado para não transmitir a mensagem errada – tanto para o cérebro dela, quanto para o meu.
– Vamos – falei, quando enfim recuperei minha voz – Você precisa descansar.
– Não... – ela resmungou, resistindo ao meu distanciamento, e pronunciou suas próximas palavras ao pé de meu ouvido – Eu preciso de você.
Todo o ar de meus pulmões escapou por meus lábios entreabertos num milésimo de segundo. Fechei os olhos com força, lutando contra o turbilhão de pensamentos impuros que surgiam a cada segundo diante deles, pensamentos há muito recorrentes em minha imaginação. Meus dedos se fecharam ao redor de sua cintura, involuntariamente, e ela completou sua teimosia com chave de ouro.
– E eu sei que você também precisa de mim.
Assim que sua voz atingiu meus tímpanos, uma de suas mãos percorreu toda a extensão de meu tronco e somente parou ao atingir o volume vergonhoso em minha calça. Meus olhos se arregalaram de imediato ao sentir seus dedos contornarem minha ereção, acompanhados de um beijo demorado em minha mandíbula. Por pouco meus joelhos cederam à excitação absurda que me golpeou sem aviso prévio. Era surreal demais para ser verdade.
Quantas vezes me imaginei naquela exata situação, com seu corpo enroscado no meu, sussurrando indecências em sua voz inocente, me descobrindo com cada toque de seus dedos curiosos, causando as reações mais intensas e irresistíveis... Não podia ser real. Por mais que eu desejasse que fosse, com todas as minhas forças, eu sabia que não era possível. Não agora, não tão de repente.
E não era.
Harry, eu sinto muito.
Harry.
Não era eu o objeto de suas afeições. Não era ela, aquela (S/N), o objeto das minhas.
Aquela ainda era a (S/N) dele. E, se isso tudo não bastasse, ela não tinha a menor consciência do que estava fazendo.
Não era real, e com certeza não era certo.
– Não – falei com seriedade, desvencilhando-me dela e segurando-a pelos pulsos – Chega.
– Por favor... – ela pediu, tentando se aproximar novamente, mas eu a impedi – Me deixe compensar tudo isso. Prometo que vou me esforçar.
Franzi a testa, enojado com o que ela dizia. Ela estava se sentindo culpada por ter ido à casa de Kelly (provavelmente sem contar a Harry, o que era bem a sua cara) e agora que supostamente, em sua cabeça, ele havia descoberto tudo, ela queria se desculpar com sexo?
Aquela definitivamente não era a (S/N) que eu conhecia.
– Pelo amor de Deus, pare com isso – pedi, horrorizado com sua total ausência de senso. Ainda bem que eu estava naquela maldita festa, ou então sabe-se lá o que teria sido dela naquela noite. As possibilidades que surgiram em minha mente causaram calafrios.
(S/N) apenas riu, desistindo de me tocar, e eu mal tive tempo de soltar um suspiro aliviado antes que ela levasse suas mãos até os botões de seu vestido e começasse a abri-los, um por um, bem na minha frente.
Minha determinação falhou por um instante, atordoada pela hipnose que cada novo botão aberto exercia sobre mim. (S/N) deixou o vestido cair a seus pés, espiando minha reação (ou falta de) com um sorrisinho vitorioso.
Se ela soubesse quantas vezes eu já havia imaginado o que ela escondia debaixo de suas roupas... Quantas vezes eu havia desenhado cada contorno que agora se revelava diante de mim, exceto os que suas roupas íntimas ainda cobriam. Minhas mãos ardiam para explorá-los, minha boca salivava para beijá-los, minha mente enlouquecia só de pensar que eu realmente a estava vendo seminua.
Se ela soubesse o quanto doeu ter que desgrudar meus olhos de seu corpo e deixar a razão governar minhas ações, me fazendo conduzi-la até o interior do box logo atrás de si e ligar o chuveiro, para que a água fria com a qual eu estava tão acostumado nas horas difíceis a atingisse em cheio e, quem sabe, a fizesse retomar parte do controle...
(S/N) protestou, pega totalmente de surpresa, mas logo se conformou em bater o queixo sob o jato gelado, recusando-se a me olhar. Ela já me odiava mesmo, e me odiaria ainda mais na manhã seguinte... Não custava nada dar a ela mais um motivo pra detestar minha existência.
O fato de me forçar a suportar a visão dela tremendo de frio em meu banheiro, encharcada, só de calcinha e sutiã, sem sequer conseguir pensar em curtir a situação, não a tornava exatamente minha pessoa favorita naquele momento.
Quando seus lábios já adquiriam um leve tom arroxeado, desliguei o chuveiro e hesitei, testando sua reação. Ela apenas ergueu os olhos até os meus, e como uma criança arrependida da travessura que havia feito, esperou, com os ombros curvados e os braços firmemente agarrados ao próprio corpo, até que eu pegasse uma toalha e a estendesse em sua frente. (S/N) rapidamente veio até mim e se encolheu quando o tecido felpudo entrou em contato com sua pele gélida; sem conseguir ignorar a cara de cãozinho perdido dela, esfreguei seus braços com as palmas de minhas mãos, numa tentativa desajeitada de aquecê-la.
Sem dizer mais uma palavra sequer, ela permitiu que eu a levasse até o quarto de hóspedes, e se sentou sobre a cama com a expressão sonolenta.
– Está com sono? – perguntei, sem saber ao certo de que outra forma agir. (S/N) assentiu, cabisbaixa. O banho forçado pareceu ter surtido efeito. Pelo menos ela não estava mais tirando a roupa; o pouco de juízo que ainda me restava agradecia profundamente.
– Pode deitar.
Ela levou alguns segundos para processar minhas palavras, mas obedeceu. Levantei as cobertas para que ela se acomodasse sob elas, e assim que a cobri, seus olhos se fecharam e ela adormeceu.
Ou pelo menos foi o que pensei, ao soltar um suspiro aliviado e caminhar até a porta do quarto, sem sequer ousar olhar por sobre meu ombro e arriscar uma atitude impulsiva.
– Estou com sede – ela gemeu, no instante em que pisei fora do cômodo. Ainda no piloto automático, voei até a cozinha e em poucos segundos retornei com um copo d’água. O
cupei a beirada do colchão ao seu lado, e ela se sentou, pegando o copo de minhas mãos e bebendo todo o conteúdo em grandes goles. Ofegante, ela me devolveu o copo vazio, e, de olhos fechados, se inclinou em minha direção, encostando os lábios úmidos em meu ombro e virando a cabeça de um lado para o outro lentamente, até secá-los na manga de minha camiseta. Então, ela voltou a se deitar, e apagou de vez.
Levei alguns minutos para conseguir me recuperar do contato inesperado e levantar, para então cambalear até a cozinha e colocar o copo sobre  a pia. Se eu sobrevivesse àquela noite, sobreviveria a qualquer coisa.


CONTINUA...

RECADO! ATENÇÃO NOVA FIC EM BREVE!

Atenção my lady's em breve vou começar a postar uma nova fic com o nome de FanFic - Alteza Real então fiquem atentas!!!!!!! 

DIVULGANDOOOOO!!

Heyyy galera acessem esse blog http://meusonhocom1d.blogspot.com.br/ é mt bom! Eu adorei e tenho certeza que vcs tbm vão adorar!!!

HAPPY NEW YEARRRRR!!!!!!!!!!!!!!

Feliz Ano Novo my little Directioners! Desejo a vcs Mt paz, mt saúde, mt felicidade e mt amor que 2014 seja ainda melhor que 2013 e que nosso sonho de conhecer os meninos se realize!!! Obg por acompanharem o blog esse tempo todo e obg por me aturarem haha bjuuu amo todas vcs!!!

Happy New Year!